Cidália Pinto
O dia começa antes das 7h da manhã, e dá-se início à maratona da semana.
Desde o vestir, vestir o pequeno, deixar a pequena na cama do avô, com a roupa pronta para ser vestida, depois.
Pequenos-almoços em modo “runing”, enche-se a mochila (que já está cheia), beijamos os nossos amores ao som de um “ti amo” e porta-te bem, e lá vamos nós para o trabalho.
Mais bons dias, algumas caras menos contentes, mais correria, ou menos… uns dias almoça-se em casa, outros: onde calha. Depressa vem a tarde, e entre passos largos, ou mais estreitos, o dia passa.
De regresso a casa, pousamos a mochila, que por vezes nada desvazia, e beijamos novamente os amores diários, os de sempre, os de eternamente, e entre um “como foi o teu dia? “, alguns mimos, e um ou outro ralhete, a janta fica pronta, quase sempre há um que chora porque não quer a sopa, e entre um “vais ficar crescido” ou “se te portas mal haverá castigo”, a sopa lá desaparece, e um beijo aparece na testa do que ficou:”chateado contigo ” (mas logo passa e vem te abraçar).
Janta-se finalmente, com o “viste as notícias?” apetece dizer que mais vale não ver (é quase sempre a mesma “merda”). E fala-se do dia, que não é mais dia.
Hora de cuidar dos pequenos, (São sempre horas de cuidar dos pequenos), e a cozinha fica à espera, como quem nos goza:” volta outra vez a limpar”.
Olha-se para a roupa: “tu ficas para amanhã”, e finalmente o banho que desejamos desde manhã.
E quando o dia, que já é noite, termina, suspiras e adormeces no sofá. Porque queres alongar a vida, e a cama parece não deixar.
O cansaço das horas, acabará por te contrariar.
Então:
Esconde-te, sempre que puderes, da rotina do tempo, para poderes respirar.