Raquel Evangelina
Talvez não perceba o porquê de, por vezes, implicares com coisas insignificantes.
Talvez não perceba, e nunca venha a perceber, porque te preocupas e não dormes enquanto não chego a casa mesmo que já não tenha mais 5 anos.
Talvez não tenha paciência quando te digo uma coisa mais que uma vez e mesmo assim tu não “encaixes” na cabeça o que para mim é perfeitamente natural.
Talvez não te conte às vezes mais coisas porque sei que mesmo que não o faças por mal vais morrer de vontade de partilhar a novidade com alguém.
Talvez revire os olhos quando começas a fazer tempestades em copos de água.
Talvez seja sarcástica quando me tentas dar um conselho mesmo sabendo tu que não precisavas de o dar.
Talvez bufe quando me começas a arreliar porque achas que a minha tomada de decisão não é a correta.
Talvez “desligue” quando me vens com a mesma história de sempre que sabes perfeitamente que discordo plenamente.
Talvez reclame que tenho mais que fazer quando me pedes por vezes coisas no momento menos oportuno.
Talvez me ria com desdém quando me dizes que quando for mãe é que verei.
Talvez também me ria com desdém quando me dizes que é válido até para filhos adotados.
Talvez não te abrace, não te telefone ou diga que gosto de ti porque a minha forma de demonstrar carinho não é assim.
É talvez não faça muita coisa, ou talvez faça até demais mas ao contrário do que gostarias.
Mas isso não quer dizer que não goste de ti.
Parabéns mãe.