Moreira da Silva
Num estudo recente, uma percentagem significativa de pessoas inquiridas (45%) disse ter medo de falar em púbico, só depois é que veio o fogo, a claustrofobia e outros medos. A realidade mostra que 3 em cada 4 pessoas tem glossofobia, o medo de falar em público, que se inclui entre as situações que mais criam medo, inibições, ansiedade e nervosismo.
São poucas as pessoas que conseguem enfrentar um público sem sentir um friozinho na barriga, as mãos suadas, o coração a bater bem forte e um pavor que percorre cada centímetro da pele. Sobe o sangue à cara e começamos a tremer ou, pior que isso, adotamos um tique extremamente irritante que não tínhamos há momentos, para além do pensamento se tornar lento e confuso e até nos esquecermos do discurso que tínhamos tão bem preparado e ensaiado.
Quando se fala em público é importante que os gestos e as posturas sejam naturais. Não existe técnica que possa ser mais importante que a naturalidade. Deve-se evitar os maneirismos, como por exemplo: torcer os dedos; mexer na roupa; estalar os dedos; esfregar as mãos e bater palmas.
O contacto visual deve ser mantido com cada um dos membros da audiência, ou em cada direção, o mais frequentemente possível; não se deve utilizar roupas apertadas na cintura e no pescoço; deve-se evitar falar muito alto ou gritar; sussurrar também exige um esforço adicional das cordas vocais. Fumar muito faz mal à voz. Beber um pouco de água para repor a hidratação e nos intervalos comer maçãs, que são benéficas para a voz e ajudam a combater a secura.
Devem ser pronunciadas bem as palavras que se querem transmitir, pois ao pronunciar bem uma palavra atinge-se o objetivo importante que é fazer com que a fala seja mais clara e compreensível. A velocidade da fala deve ser apropriada para a mensagem ser bem transmitida e a respiração deve ser feita devagar e profundamente, para melhorar o fluxo de oxigénio para o corpo e, assim, o fluxo de sangue para o cérebro.
Para se cativar e entusiasmar a assistência é fundamental jogar com vários tipos de entoação, como por exemplo: se se quiser chamar a atenção para um aspeto ou ideia principal, deve subir de tom, caso se queira criar um clima de cumplicidade baixa-se o tom, como que a falar em segredo com cada uma das pessoas que está no público.
É preciso transmitir entusiasmo, convicção e confiança, assim como dar cor às apresentações usando exemplos e metáforas e evitar gíria e linguagem pouco usada. A exposição dever ser dividida em três partes: primeiro diz-se o que se vai dizer; depois diz-se o que se tem para dizer e no fim diz-se aquilo que se disse. Sempre com clareza, força e eficácia. A “arte” de falar em público é uma coisa que se aprende e que se vai aperfeiçoando.