Cidália Pinto
Já há alguma tempo que sigo mais de perto os casos reportado de violência doméstica. Influenciada, também, por um projecto, em que sou parte, e que, por decisão consensual, decidimos que visaria ajudar Mulheres vitimas de violência doméstica.
Foi então que conheci a Associação para o desenvolvimento de figueira, que entre várias valências, tem um gabinete de apoio à vítima de violência doméstica (esse na cidade de Penafiel).
Confesso que não conhecia a associação, e como eu milhares de pessoas não a conhecem, facto que, no que depender de mim, tudo farei para reverter.
Está em seguimento um projecto “+ Mulher”, que visa, única e exclusivamente, angariar fundos para o gabinete “janela Aberta”. Trata-se de uma antologia, escrita por sessenta
e três mulheres, que se juntaram por uma causa.
No passado dia 15 de Março, no âmbito das celebrações dos 25 anos, a associação para o desenvolvimento de Figueira, recebeu a visita do excelentíssimo senhor presidente da República Portuguesa, professor Marcelo Rebelo de Sousa.
No âmbito do projecto, foi-me concedida a visita a casa abrigo, onde reside
Comovi-me, pois vi olhos vermelhos de quem era recente na casa, e vi olhares que exprimem o que não sou capaz de definir. Presenciei um menino com meses, que tranquilo no colo da mãe, começou a chorar ofegante quando ouviu vozes masculinas, que restritamente eram reduzidas aos dois presidentes que marcaram presença naquele espaço. A voz masculina era uma espécie de ferimento naquela criança.m mulheres e filhos e filhas das mesmas, vitimas de violência.
Perguntava-me em silêncio “mas em que raio de mundo vivemos em pleno século XXl??”
Eu que costumo falar muito, engoli em seco ao ouvir a justificação da mãe do menino.
O senhor Presidente, conhecendo o projecto, prontificou-se a assinar alguns exemplares. Louvo e sou agradecida à atitude. Perdoem-me a publicidade, mas a Associação de Figueira e outras tantas como ela, PRECISAM da ajuda de todos.
Tentem ajudar, da forma que vos for possível, quem ajuda quem não tem mais quem os ajude.
Sejamos solidários, para os nossos filhos aprenderem a ser como nós, e melhor ainda.