Rita Teixeira
A vida é uma manta feita de retalhos com imensas surpresas, umas boas e outras desagradáveis, nas quais podemos perder-mo-nos!
A minha caminhada na luta contra a doença foi gloriosa com aquela força, aquela garra, aquela tenacidade, aquela coragem e com aquela fé, só próprias de uma mulher guerreira.
Foi muito bom assistir ao florescer de novas amizades no jardim do meu coração e algumas delas viraram simples lembranças no baú das memórias. Segui em frente, não me importando com o deixava para trás. Até que, repentinamente, surgiu na dura encruzilhada um bloqueio do qual não me foi possível sair.
Eis, que eu só tenho uma dúvida. Escolher o caminho mais fácil, porque eu já tinha um cansaço tão grande, que optei por ir por aquele que não me pareceria ser o corredor da morte, onde não seria submetida aos constantes julgamentos, que enfraqueceram a minha vontade de lutar por mais um pouco de tempo de vida.
Se abandonei a guerra declarada à doença é porque ficou pesada de mais para um corpo franzino. Encontro-me no fundo de um poço cheio de lama e rastejo para sair, mas não vejo qualquer luz ao fundo.
Uma corda foi lançada por um amigo, mas a apatia que assombra a minha pessoa não permite que eu suba e me segure ali!
Desisto da luta contra a doença.