Cidadania e Sociedade

SER DIFERENTE

Raquel Evangelina 

Desde novos que nos é transmitido que ser diferente não é bom. Até podemos ser educados para respeitar alguém diferente, mas a sociedade em si manda-nos seguir determinados padrões, determinadas condutas e quem não se enquadra está excluído, não é fixe.

Temos que saber abrir os olhos para perceber que cada um é como cada qual. Temos que abrir o coração para aceitarmos (e nos aceitarmos) que não ser o melhor em tudo não faz mal. Que se não somos a “Maria vai com todas” não há problema. Que se todos são x e nós somos y não somos inferiores por isso.

Temos também que abrir os braços aos diferentes, aos “esquisitos”, aos que não se enquadram, aos que se sentem postos de parte. Em vez de julgarmos, tentarmos perceber que por serem diferentes são especiais à sua maneira. Que há algo que os distingue, mas também há algo que os destaca. Que é melhor sermos solitários na sua aceitação que sermos apenas mais um no grupo que os goza, que os martiriza, ou que lhes faz bullying.

Hoje é Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, uma das imensas datas que sinaliza o ser diferente. Mas que também sinaliza o que é ser especial. E que acima de tudo nos tenta alertar a dar atenção, a sermos compreensivos quando as pessoas não se encaixam no mundo. E quem é que decide que mundo é o melhor? Quem sabe se o mundo deles não será até um lugar bom para estar? Onde não há maldade, não há inveja, nem guerrilhas. Há apenas muitos e muitos sonhos.

Ser diferente é ser especial. E quem é diferente não merece ser posto de lado. Merece sim receber amor. E merece que este seja um dos nossos ensinamentos para as gerações futuras. O de respeitar quem é diferente, porque não é a sua peculiaridade que é mau. Mau é quem não sabe perceber o quão especiais eles são.

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