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Cidadania e Sociedade

O TRABALHO NAS NOSSAS VIDAS

José Castro

O Trabalho e as suas condições assim como os direitos/deveres do Trabalhador são assuntos que nestes últimos dias estiveram em destaque. Trabalhar, deveria ser para todo o Ser Humano uma forma de desenvolver e utilizar o seu “potencial” ao serviço do próximo (todos os Seres) e ser justa e eticamente remunerado. Desta forma, a motivação, entusiasmo, criatividade e a autossuperação deveriam ser naturais numa sociedade justa, equitativa e eticamente evoluída. Será que é isso que constatamos? Infelizmente não. Basta fazer a leitura da “linguagem corporal” dos trabalhadores numa segunda-feira em qualquer empresa, unidade fabril, escola, hospital, etc e sentir que essa motivação, esse entusiasmo… frequentemente não existe. Isto significa que estamos a transformar a maior parte do tempo das nossas vidas em momentos de “inferno” com todas as consequências em termos de bem-estar pessoal, familiar e social (o distress aumenta assim como o risco de doença mental)!

Por vezes criticamos os jovens que desde cedo começam a não gostar de estudar (porque será?) e estes ouvem os seus familiares adultos a dizerem que não gostam de trabalhar…mas que tem de ser!   E no fim de tudo isto pretendemos uma sociedade saudável!

Para contextualizar, juntam-se alguns dados retirados dos relatórios “Trabalhar para um Futuro Melhor” e  “Seguridad y Salud en el centro del futuro del trabajo”  da Organização Internacional do Trabalho (OIT):

  • Precisam de ser criados até 2030, 534 milhões de empregos quer para minimizar o desemprego quer para a criação de novas formas de trabalho exigidas no futuro;
  • 300 Milhões de trabalhadores vivem na pobreza extrema;
  • 190 Milhões de pessoas estão desempregadas;
  • Subiu de 2.3 Milhões (2014) para 2.78 Milhões (2017) o número de pessoas que morrem devido a Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais (5 trabalhadores por minuto!);
  • 36.1% das pessoas trabalham mais de 48h por semana;
  • As mulheres recebem menos 20% que os homens para a mesma atividade;
  • O crescimento salarial não acompanhou o crescimento da produtividade;
  • Entre 1986 e 2016 a parcela dos 1% mais ricos da população viu o seu rendimento subir 27% e os 50% mais pobres apenas 12%;

(…)

Efetivamente estes dados incitam-nos a uma “revolta” perante tanta desigualdade, descriminação, injustiça, assédio, etc.

Afinal caro leitor quantas vezes já ouviu: “isto está mal é do sistema”, “é do governo” (seja ele qual for!), “vai ser sempre assim”, “são todos iguais”, etc!  Todos estes pensamentos limitantes levam a uma desresponsabilização e a um “empurrar com a barriga” porque nos é tão mais fácil criticar!

A “revolta” de que falo não é a revolta em casa ou da mesa do café, nem a “revolta” utilizando violência verbal, física ou destruindo património!

A energia dessa suposta “raiva” deve ser canalizada para promover uma verdadeira Educação em casa e nos Sistemas de Ensino (não meramente conhecimentos técnicos e científicos, mas o desenvolvimento de valores cívicos e ecológicos), para ativar a prática da Cidadania e participação na Vida Social, no dever de Votar e ter coragem de o fazer conscientemente e de forma diferente. Finalmente, sermos o exemplo dessa mudança! Aceita o desafio?

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