Sandra Sampaio
O que são os diastemas?
Não são mais do que espaços entre os dentes.
Popularmente até se chamavam “dentes de mentiroso(a)”. São comuns e normais aquando da mudança dos dentes, pois há dentes definitivos e dentes decíduos (de leite) e são normalmente um bom augúrio, pois indica-nos que haverá espaço para os dentes definitivos que são maiores. Quando a mudança se completa os espaços deixam de existir, pois os dentes maiores (definitivos) assim o obrigam.
Mas na fase adulta há diastemas que permanecem; o mais comum é o dos incisivos centrais. As causas podem ser múltiplas; hereditariedade, freio labial com inserção baixa, isto é, no espaço entre os dentes não permitindo que estes se aproximem, falta dentária como a agenesia dentária (falta do gérmen do dente definitivo) e extrações.
Em algumas pessoas os dentes do siso já não existem, isto é, o seu gérmen não está presente, faz parte da evolução natural. Muitas vezes o seu nascimento no maxilar superior ajuda a fechar esse espaço. Eu fui um caso desses, até aos meus 17 anos colocava a ponta da língua entre os dois incisivos. Quando os sisos nasceram esse espaço fechou.
As extrações dentárias também provocam espaços entre os dentes, pois a natureza tende a compensar o que falta, ocupando o lugar do dente em falta. Daí a migração dos dentes para trás.
É uma questão estética? Afeta cada um de forma diferente. Pode, porém, tornar-se uma questão funcional, quando a perda de dentes é significativa, uma vez que além dos espaços acrescentamos movimentações dentárias para vestibular (projetarem-se para a frente).
A sua resolução está sempre dependente num diagnóstico clínico com base em exames complementares. O uso de aparelhos ortodônticos, cirurgia do freio labial e colocação de dentes, são algumas das soluções.
É por isso que recomendo consultas regulares ao dentista, logo assim que os dentes de leite estejam presentes na arcada.