Antonieta Dias
Diagnosticar as doenças é uma obrigação dos médicos.
Disponibilizar os medicamentos para tratar os doentes é uma obrigação do Estado.
Porem, nestes últimos meses temos assistido a muitos constrangimentos no que se refere à prescrição terapêutica, os médicos querem tratar os pacientes, mas por vezes não conseguem porque não tem os meios necessários, designadamente os fármacos que vão escasseando sobretudo os medicamentos com patente de marca registada (não genéricos) e com investigação clinica demonstrada.
Se o Estado não quer comparticipar os medicamentos de marca é uma opção politica que respeitamos, mas temos a liberdade de concordar ou de discordar, mas não podemos aceitar que não informe de forma clara os cidadãos dessa mesma decisão.
Todavia, não deve coartar a possibilidade aos doentes de escolherem livremente se querem ou não optar por fazer o tratamento das suas patologias com medicamentos genéricos ou com medicamentos de marca.
Porem, a situação já é grave se se impossibilita o doente de obter os fármacos que necessita e para os quais não existem outras opções ou alternativas, porque são únicos no mercado e por isso mesmo não podem ser retirados
Se isso acontece, os pacientes não podem ser tratados e ficam condenados à evolução natural da sua doença que pode ser fatal, na ausência de medicamentos de marca ou de genéricos sem os quais a cura ou a estabilização da doença não se obtém.
Diagnosticar e não tratar é uma regressão do ato médico de difícil compreensão num País evoluído que pretende estar ao nível dos Estados Europeus.
Esta responsabilidade será uma das competências de um Estado de Direito cujo objetivo deveria ser baseado no controlo da gestão dos recursos e na minimização das situações de risco dos pacientes.
Se for este o propósito, temos a certeza que só existe uma alternativa para zelar pelo bem-estar das pessoas, que passa por manter, melhorar e sobretudo investir no Sistema Nacional de Saúde.
A fragilidade de uma sociedade representa um empobrecimento e uma carência na sustentabilidade do um País que fica refém de recursos humanos vitais.
Se deixarmos que este sistema se mantenha ou se agrave ainda mais estamos a contribuir para a degradação social, aceitarmos o que não é razoável e admitimos a falência total do sistema.
Importa contudo referir que por mais pobre que seja o orçamento do Estado, é difícil e incompreensível não considerar a saúde como uma das prioridades essenciais ao normal desenvolvimento de um povo que merece ser tratado com dignidade e humanidade.
Se nos desviarmos para um caminho que não respeite o Homem com a nobreza que merece estaremos condenados ao fracasso.
Unir os portugueses e lutar por um SNS de qualidade é a única forma de manter a liberdade do sistema e a defesa dos Direitos Humanos.