Carla Guimarães Cardoso
Rinite é um termo genérico que significa inflamação da mucosa nasal.
É uma patologia muito frequente estimando-se que atinja 40% da população mundial.
A rinite pode ser aguda ou crónica, dependendo da sua evolução temporal sendo a fronteira entre as duas as duas semanas de evolução.
Há vários tipos de rinite com implicações diferentes no tratamento.
Temos:
– rinite alérgica ( também denominada IgE mediada)
– rinite autonómica
– rinite infecciosa (esta é mais frequentemente provocada por vírus mas também pode ter causa bacteriana ou fúngica)
– rinite idiopática (aquela cuja causa não é possível de determinar)
– rinite ocupacional
– rinite alérgica local
A rinite alérgica merece um artigo exclusivo pelo que nos dedicaremos a ela no futuro.
A rinite autonómica subdivide-se em:
– rinite vasomotora
– rinite medicamentosa (quando induzida por um medicamento)
– rinite hormonal (associada a variações dos valores hormonais como ocorre no hipotiroidismo)
– rinite não alérgica com eosinofilia (NARES)
A rinite ocupacional tem vindo a ganhar um lugar de destaque nos últimos anos. Ela é definida como uma doença inflamatória do nariz caracterizada por sintomas intermitentes ou persistentes que incluem, obstrução nasal, hipersecreção nasal, prurido (comichão) e espirros, e que são desencadeados por um ambiente de trabalho particular e não ocorrem fora desse ambiente.
As profissões de maior risco para a rinite ocupacional são os trabalhadores de laboratório e empresas de processamento alimentar, veterinários e agricultores.
A rinite ocupacional tem o seu início em regra nos primeiros 2 anos da actividade profissional.
Os sintomas podem ocorrer imediatamente após a exposição ou horas depois.
Estão muitas vezes associada a sintomas oculares e pulmonares.
O tratamento da rinite ocupacional passa por medidas de evicção ao agente causal e, se necessário tratamento farmacológico.
Não está demonstrado que a rinite ocupacional acabe por evoluir para asma ocupacional mas tal pode acontecer episodicamente.
Assim, o doente não é em geral aconselhado a mudar de trabalho mesmo que a exposição não possa ser eliminada, desde que os sintomas sejam controláveis com medicação.