José Castro
Uma alimentação equilibrada é um dos pilares fundamentais para a nossa saúde, para além do exercício físico, uma boa soneca, assim como encontrar o sentido e propósito de viver, para que possamos estar (mentalmente) em Paz, connosco e com os outros!
Alimentarmo-nos é um ato tão banal que raramente lhe damos o devido valor, muitas vezes fazendo-o à pressa, utilizando comida de “plástico” muito saborosa, com excesso de carne e de gorduras, jamais pensado nas consequências, vivenciando apenas o prazer imediato! É tão fácil comer e mais fácil ainda comer em excesso e de forma desequilibrada!
Segundo o relatório anual “O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo,” efetuado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 338 milhões de crianças e adolescentes no mundo apresentam excesso de peso! Mais, em temos globais, 672 milhões de pessoas adultas são obesos (um em cada oito adultos)! Será este o caminho obrigatório dos ditos países desenvolvidos?
Na União Europeia, o excesso de peso corresponde a um custo na saúde de mais de 59 mil milhões de euros! Por outro lado, os custos dos alimentos desperdiçados anualmente na União Europeia estimam-se em 143 milhões de euros! Em todo o planeta desperdiça-se cerca de 1/3 dos alimentos produzidos.
A outra face da moeda e segundo o mesmo relatório, diz-nos que a fome no mundo tem aumentado nos últimos três anos! Temos em todo o planeta cerca de 822 milhões de pessoas com fome. Se considerarmos todas as pessoas que não tiveram um acesso regular a alimentos suficientes, seguros e nutritivos, este número dispara para 2 mil milhões, quando somos cerca 7.8 biliões de pessoas! Como foi possível chegar até aqui?
Sabemos que não é por falta de alimento, pois aquilo que se produz mundialmente dá para alimentar entre 13 a 14 biliões de pessoas! O acesso aos alimentos pela população das zonas mais pobres do Planeta é que não ocorre!
Não existirá na humanidade conhecimento técnico e científico suficiente para solucionar estes problemas? Ou apenas não existe vontade económica para tal? Será uma questão de ética?
A si caro leitor, gostaria que da próxima vez que se for alimentar, tenha consciência de tudo isto.
Atreve-se a deixar comida no seu prato? A comer em excesso? A utilizar o tipo de comida com uma pegada ecológica elevada? Qual o índice de solidariedade perante aqueles que nada têm?
É pois importante que saibamos comer para viver e não viver para comer!