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Cultura, Literatura e Filosofia

O NAZISMO E O COMUNISMO EM PÉ DE IGUALDADE TAMBÉM NO ENSINO

Moreira da Silva

O comunismo e as horrorosas crueldades que foram cometidas em seu nome, só agora é que começam a ser desvendadas, após as investigações que foram feitas ao longo dos últimos anos, principalmente após a queda do Muro de Berlim e o emergir de novos países a leste da Europa. Foram os povos destes novos países, e de outros países comunistas espalhados por todo o mundo, que sofreram as atrocidades cometidas em nome de uma ideologia esclerosada.

Na espuma da vida, a verdade está a perder importância no debate das ideias, no debate político, por isso é premente olharmos, discutirmos e analisarmos a história, para projetarmos o futuro. Foi o que fez recentemente a União Europeia, quando no passado dia 19 de setembro colocou o nazismo e o comunismo em pé de igualdade, depois do Parlamento Europeu ter aprovado uma resolução condenando estes dois regimes, por terem cometido “genocídios e deportações e foram causadores da perda de vidas humanas e liberdade numa escala até agora nunca vista na história da humanidade”.

A resolução histórica do Parlamento Europeu teve um apoio esmagador, pois contou com 535 votos a favor, 66 contra e 52 abstenções. Esta votação expressiva teve algumas nódoas negras, como foram as votações dos eurodeputados portugueses do Partido Comunista Português (PCP), do Bloco de Esquerda (BE) e do eurodeputado Manuel Pizarro do Partido Socialista (PS), que se abstiveram ou votaram contra a resolução.

Com a sua votação, estes eurodeputados portugueses ignoraram o sofrimento de milhões de vítimas dos crimes hediondos praticados pelos comunistas e pretenderam higienizar e instrumentalizar a história a favor dos seus ideais políticos. Enquanto a esquerda continuar a não reconhecer as atrocidades cometidas pelos comunistas continuaremos a viver num mundo moralmente confuso, que é afinal o que eles pretendem com a sua estratégia de não querer comparar o que é comparável: o nazismo e o comunismo estão em pé de igualdade.

O Ministério da Educação deve mandar atualizar com urgência os manuais escolares do ensino secundário e os docentes do ensino superior devem deixar de olhar de modo enviesado para a história e só falarem das atrocidades do nazismo. Ninguém pode esquecer que existiram em diversos países, durante muitos anos, assassinatos em massa em nome duma ideologia comunista, e que só os regimes soviético e chinês foram responsáveis por deportações em massa pela morte de mais de 100.000 pessoas, quatro vezes mais que o nazismo.

A União Europeia e o Parlamento Europeu, ao colocarem em pé de igualdade os dois sistemas mais brutais do século XX contrariaram aquilo que, em alguns círculos intelectuais e universitários portugueses, constituía um autêntico sacrilégio. A realidade é que o comunismo e o nazismo foram responsáveis pelo maior genocídio da humanidade e isso não pode ser branqueado, adulterado nem escamoteado no ensino, muito menos esquecido e apagado da história!

One thought on “O NAZISMO E O COMUNISMO EM PÉ DE IGUALDADE TAMBÉM NO ENSINO

  1. É necessário, antes de estabelecer este paralelismo, conhecer, a fundo, a essência do comunismo. Decerto, é fundamental ir muito atrás na História e na Filosofia para analisar o chamado “comunismo” platónico, proposto no livro República. Perceber, depois, por que razão, a República platónica é uma utopia e nunca deixou de o ser. A seguir é prioritário estudar a verdadeira essência teórico – prática do comunismo, e logo, ler, estudar Marx, Engels e Lenine. Não é preciso avançar mais. Analisar o que sucedeu, depois, permitirá compreender que nunca houve, realmente, um só país comunista. Aquilo a que chamam “países comunistas”, por terem, à frente um partido comunista, nunca conheceu, de facto, a prática , comunista. Portanto, esta comparação carece de rigor. Quanto ao nazismo, não existe nenhuma ideologia que o sustente, teoricamente; por isso, apenas os factos atestam uma prática, nascida da arrogância elitista e racista de certos países, que alastrou a todos quantos o legitimaram. Interessa ao mundo em que vivemos, cujo alicerce é o capitalismo brutal, fazer estas relações.

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