José Castro
O dia mundial do ocultismo está a chegar. Desde que o ser humano se sente como ser humano, sempre procurou “explicações” para os fenómenos que ocorrem. Essa curiosidade inata de saber é que faz a humanidade evoluir… (pelo menos científica e tecnologicamente). Desvendar o oculto é pois uma tarefa interessante, importante e também incompleta. Muitas explicações são dadas, muitas teorias surgiram (e surgem) ao longo dos tempos. Mas quanto mais se avança, mais há que avançar… Desde o macrocosmo ao microcosmo existe uma distância… infinita. Estamos a desvendar uma pequenina parcela…dessa linha do tempo! Se no início dos tempos era a mitologia, o sagrado, a simbologia e o dogma que nos dominava (associados à emoção do medo e ao sofrimento), hoje é a ciência que nos domina (associada à razão e ao niilismo), que afasta do cidadão “normal” a possibilidade de sua compreensão dada a elevada complexidade!
No meio de tantos “saberes” quem se dedica ao estudo do oculto, do não mensurável, não visível e não detetável? Apesar de estarmos em pleno séc. XXI continua o ser humano a ter a sensação de que algo existe de mais profundo!
É neste paradigma “de existir o que não existe” que surge um conjunto de teorias, propostas, rituais, cursos iniciáticos, aludindo a forças ou dons, etc, (muitos interligados a “crenças” e “religiões” do passado), todas elas imbuídas no dito “amor universal” com nomes pomposos, muitos deles apropriando-se de palavras cientificas (quântica, energia, frequências, etc) para garantir mais credibilidade.
Aonde pára a dita Verdade? Onde está o “verdadeiro” conhecimento? Ou tudo não passa de simples modelos interpretativos? E se estes funcionam?
Afinal não foram também inúmeros cientistas (físicos, químicos, matemáticos,…) pioneiros na investigação do oculto? Quantos foram afastados da vida académica por tal curiosidade? Quantos investigaram “aquilo que não era investigável” e chegaram a resultados “positivos”?
Será possível afirmar que nem toda a “conclusão” da ciência é verdadeira, assim como nem todo o estudo do “oculto” é mentira? Quais os critérios para afirmar que algo é verdadeiro? (nem que o seja só temporalmente!). Sem conhecimento destes critérios é fácil assumir uma mentira como “verdade” assim como rejeitar uma verdade, por se achar mentira!
Nada é como dantes, a física das certezas e leis determinísticas foi ultrapassada (ou ampliada) pela física das incertezas e das probabilidades! Afinal, David Bohm com a teoria da “ordem implícita”, Rupert Sheldrake com a teoria dos campo Mórficos, Gerardus ‘t Hooft, através do princípio holográfico, Amit Goswami com autoconsciência do universo, etc, estão cada vez mais próximos do estudos de Allan Kardec, com a teoria do Perispírito, Mário Simões, com o desenvolvimento trasliminar, Hernani G. Andrade, com a teoria corpuscular do espírito, Alexander Moreira- Almeida, com a Interação Mente-matéria, etc.
Para quando uma visão holística do Universo? Para quando uma Teoria Integral (Ken Wilber)? Para quando uma unificação e validação dos Saberes com base na evidência?
Assim, a proposta para o dia mundial do ocultismo é levantar o véu de tudo o que é oculto, esotérico, hermético!,…e caminhar para uma investigação inclusiva de todos os fenómenos, por equipas multidisciplinares e compilar um conjunto de Saberes mais profundos que torne o Ser humano capacitado de superior discernimento na escolha das melhores opções para sua “Felicidade” pessoal, coletiva, incluindo qualquer “entidade” em qualquer espaço/tempo.