Rui Canossa
Esta é uma das expressões de uma das personagens de William Shakespeare e que traduzindo para a língua de Camões quer dizer “O Mundo é a tua ostra” o que, no meu entender significa que só depende de nós alcançarmos aquilo que queremos na vida. Como abraçar uma oportunidade única de crescer a nível pessoal, académico, um investimento que dará frutos no futuro profissional que é estudar no estrangeiro.
Como eu invejo os meus alunos. Com a oportunidade de viajar além da área de conforto, ganhar experiências, competências, ganhar mundo e tornarem-se verdadeiros cidadãos do mundo. Conhecer outras culturas, sociedades, cores, cheiros, viajar e saber que se pode estar a construir um currículo mais rico.
De facto, as viagens tornaram-se mais baratas, as escolas estão mais interligadas, permitindo aos jovens estudar em outros países. São tantas as razões para sair e partir à aventura.
Desde logo a língua. Não há melhor maneira de desenvolver competências linguísticas do que praticar in loco num país onde se fale uma língua diferente. Na maior parte das universidades, inclusive nas nossas, já se fala em inglês, porque é a língua universal e, os que escolhem o nosso país também precisam de uma forma de comunicação e a escolhida é o inglês.
Outra das razões que está presente é o crescimento pessoal. Sair de casa pode ser até um choque cultural. Não é só uma nova casa, uma nova cidade, país, escola, amigos e conhecidos, professores. Cada cultura tem os seus próprios códigos e rituais e, parecendo que não, é um período de descoberta exterior, mas, sobretudo interior. Aprende-se a viver sozinho ou com desconhecidos. Tens de ser independente e sabes que vais ser mais confiante.
Depois vai-se descobrir um novo sistema de ensino e de aprendizagem, o que fará da pessoa um formando diferente, mais completo. Novas formas de ensino significam quase sempre novas formas de resolver problemas e estimular o pensamento crítico e criativo. É também uma oportunidade de especialização, “naquela” instituição de ensino com maior prestígio, com professores peritos nas suas áreas.
A minha razão preferida é a de se estar a viajar. Está-se de visita a uma cidade, a um país, mas não se é um turista qualquer, vai-se ter o privilégio de conhecer os locais fantásticos que normalmente não vêm nos guias de viagem, conhecendo o modo de vida como se fossemos nativos. Há quem aproveite para viajar para países próximos ao destino de estudo e até de forma mais barata por se ser estudante.
Há estudos que provam que o aluno que tem experiência internacional revela competências transversais mais apuradas como a capacidade de adaptação, tolerância, capacidade de resolução de problemas, multiculturalidade e a capacidade de decisão, o que vão contribuir para o nível de empregabilidade no futuro.
Termino, não com uma citação de William Shakespeare mas de John Steinbeck “As pessoas não fazem as viagens, as viagens é que fazem as pessoas.”