Márcia Pinto
Numa altura em que a nossa sociedade se assume como materialista, em que o ter se sobrepõe ao ser, é pertinente refletirmos sobre a importância dos afetos.
Assim, ao longo da nossa história, nós constatamos que o homem nunca valorizou verdadeiramente essa necessidade. Com a ânsia de descobrir, conhecer cada vez mais e mais o homem não se preocupava muito com os sentimentos. A verdadeira preocupação era existir e tentar garantir melhores condições para a espécie.
Contudo, o homem foi mudando. Começou a sentir outro tipo de necessidades, a sentir falta de ser feliz.
A necessidade afetiva ou de afeto, é a necessidade que temos de dar e receber amor, carinho, atenção…É uma necessidade quase genética. Precisamos sempre de dar e receber esses sentimentos a alguém.
A individualidade de cada um faz com que cada pessoa tenha a sua necessidade de oferecer e viver o afeto de forma diferente. Umas mais, outras menos, mas todas necessitam.
Apesar disso, vou-me apercebendo que hoje em dia as pessoas têm mais dificuldades em expressar o que sentem. Há uma dificuldade crescente de dizer ao próximo o que sentimos por eles. Sendo que quando isso acontece ficamos desconfortáveis, não sai de forma natural.
Esta situação é contraditória porque se precisamos do afeto, porque é que temos cada vez mais dificuldades em dizer ao outro o quanto ele é importante para nós? Quando foi a última vez que o fizemos?
Nós acreditamos que os outros gostam de nós apenas pela forma como agem e não por já o terem expressado, mas é muito bom ouvir “gosto muito de ti”.
Contudo, para não se sentir frustrado, não o faça na esperança de que o outro reaja da mesma forma. Contente-se apenas em ter tido a oportunidade de dizer o que sente por elas. Pode ser que a sua demonstração de afeto, de carinho ou de amor, incentive as outras pessoas a expressarem o que sentem.
Eu continuo a acreditar que as pessoas que mais oferecem, são as que mais recebem,
Não espere, demonstre, diga!