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TEMPOS ESTRANHOS

Raquel Evangelina

Tempos estranhos os que correm.

Os supermercados parecem a lei da selva em que apenas sobrevive o mais forte, o que chega primeiro, o que enche mais o carrinho. Salva-se o mais esperto… ou o que mais açambarca. Quem for a seguir que se “amanhe” com a subida de preços. E quem tiver realmente necessidade de mantimentos ou for uma pessoa ponderada não tem direito a nada.

Nas ruas temos duas espécies de pessoas… Os histéricos que avizinham o fim do mundo, que espalham todas as notícias que aparecem sobre a pandemia sem se preocuparem de verificar a fidedignidade das fontes, que assustam, e que até se indignam com a calma aparente dos que usam do bom senso.

Do outro extremo temos os que estavam “mortinhos” que as instituições fechassem para poderem ir à praia, aos shoppings, à esplanada. Nada contra as pessoas aproveitarem a vida. Mas uma instituição fechar por alguém estar infetado e os que a frequentam andarem despreocupados na rua é outra coisa. Sensatez é não entrar em histeria. Mas despreocupar-se de maneira tal que prejudicar a saúde do próximo achando que só a nossa conta é mesmo falta de noção.

Tempos estranhos os que correm.

Em vez de mostrarmos discernimento, sensatez e bom senso mostramos o quão individualistas e preconceituosos somos. Primeiro a culpa era dos chineses, depois já era dos que viajam. Nunca culpa nossa, claro. Dependemos dos outros como eles também dependem de nós. E não pensem que ao levarmos o sabão e o desinfetante todo connosco estamos protegidos… Porque fizemos com que o outro não se consiga proteger. Colocar-se no lugar do outro é algo que, infelizmente, não nos assiste.

Tempos estranhos os que correm.

E o mais estranho de tudo é que em 2020, com tanto avanço na medicina, ciência, inteligência artificial e comunicações, foi necessário aparecer um vírus para as pessoas saberem que têm de lavar as mãos.

Parafraseando Saramago “O difícil não é ter que viver com as pessoas, o difícil é compreendê-las.”

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