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Saúde e Vida

COVID-19 SIMPLIFICADO

Carla Guimarães Cardoso

A Covid-19 é a doença provocada pelo SARS-CoV2 (anteriormente denominado novo Coronavirus)

Os coronavírus são uma família de vírus assim denominados pelas espículas tipo coroa que apresentam na sua superfície. Foram identificados pelo primeira vez na década de 60 e infectam normalmente animais.

São 7 os tipos de coronavírus que infectam humanos. Os coronavírus humanos 229E, NL63, OC43, and HKU1 infectam normalmente pessoas em todo o mundo e provocam sintomas respiratórios ligeiros.

Por vezes um dos coronavirus que infecta animais faz um salto inter-espécies e passa a infectar igualmente humanos . São exemplos:

–       SARS-CoV – surgiu em 2002

o   sem casos relatados desde 2004

o   infectou 8000 pessoas com uma taxa de mortalidade de 10%

–       MERS-CoV – surgiu em 2012 no Médio Oriente.

o   esporadicamente são identificados casos

o   infectou 2465 pessoas com uma taxa de mortalidade de 34,5%

–       SARS – CoV2 – identificado na cidade de Wuhan, província de Hubei em Dezembro de 2019

A transmissão do SARS-CoV2 é feita através da emissão de gotículas que ocorre com a tosse ou o espirro.

Está descrita a presença do vírus nas fezes não sendo contudo conclusivo se ocorre transmissão fecal-oral.

O virus tem acesso ao organismo através da boca ou nariz. Pensa-se que os olhos funcionam como reservatório, ou seja contaminei os olhos e posteriormente ao mexer no olho contamino a mão e se a levar à boca ou nariz vou contaminar-me.

A taxa de reproductibilidade é de 2,2, ou seja, cada doente infectado vai infectar 2,2 pessoas (esta taxa em Itália e Espanha tem sido superior).

Dos doentes infectados:

–       40% são assintomáticos ou têm sintomas ligeiros

–       40% têm sintomas moderados

–       15% têm sintomas graves

–       5% têm sintomas críticos.

Os doentes manifestam sintomas em média 5,2 dias após a infecção mas este período pode variar entre os 2 dias e os 12,5 dias. Dos doentes sintomáticos 97,5% desenvolveram sintomas até 11,5 dias após a exposição.

O doente infectado começa a ser transmissor 1 a 2 dias antes do início dos sintomas. Embora em menor grau os doentes assintomáticos também são transmissores.

Os sintomas mais frequentes são:

–       febre

–       tosse seca

–       mialgias (dores musculares)/ fadiga

–       cefaleias (dores de cabeça)

–       diarreia

–       hipo/anosmia (diminuição ou perda do olfacto) sem outro sintoma nasal associado

–       disgeusia (perda do paladar)

–       dispneia (falta de ar)

Dos doentes com sintomas ligeiros a moderados 10 a 20% vão progredir para sintomas severos e destes 15 a 20% progridem para sintomas críticos.

São factores de risco para doença grave:

–       idade superior a 60 anos

–       coexistência de comorbilidades, principalmente se mal controladas:

o   diabetes

o   doença cardiovascular

o   doença pulmonar crónica

o    hipertensão arterial

o   imunossupressão

Neste momento não há tratamento específico ou vacina. Estão a ser aplicados vários protocolos farmacológicos.

Em média os doentes com sintomas ligeiros recuperam em 2 semanas e com sintomas severos em 3 a 6 semanas.

As mortes ocorrem entre a 2ª e a 8ª semana após o início dos sintomas.

As taxas de mortalidade (número de mortos por população infectada têm sido muito variável).

Na China 5 a 6% e no resto do mundo 12 a 2%.

Esta variação pode estar relacionada com o número de testes efetuados . Alguns países optaram por testar massivamente enquanto outros, como Portugal, só testam se sintomático.

Qual é então o grande problema deste vírus?

Como é um vírus novo estas percentagens têm que ser aplicadas a toda a população.

É verdade que só 20% dos doentes têm sintomas graves ou críticos mas são, no limite, 20% da população portuguesa. Ou seja,  não temos recursos físicos e humanos que permitam assistir 20% da população num espaço limitado de tempo.

Assim o que podemos fazer é diminuir o número de infectados uma vez que ainda não conseguimos alterar os 20% (não temos tratamento ou vacina).

Sabendo a forma de transmissão do vírus a forma de evitar o contágio é promover o distanciamento social, em relação a todos mas principalmente em relação à população de risco e impeder que o vírus tenha acesso ao nosso corpo – lavar as mãos.

Ou seja, o controlo só depende de si

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