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Saúde e Vida

COVID 19 – UMA DOENÇA SEM ESTATUTO SOCIAL

Antonieta Dias

Este Ano deparamo-nos com uma situação nova que abalou o Mundo 🌍.

Uma doença súbita, de fácil propagação, de difícil diagnóstico por não ter um padrão de sintomatologia e de difícil tratamento.

Aloja- se em qualquer pessoa, sem seleção de idade, sexo  ou estatuto social.

Esta doença designada por Covid 19, parou o Mundo, isolou as pessoas e continua a matar sem do bem piedade.

Não sabemos quando terminará este flagelo, pouco conhecemos  ainda desta doença, muito menos como a devemos tratar ou impedir que se continue a propagar.

O tempo de incubação parece ser de 14 dias, a sintomatologia é variável, tanto se pode manifestar de forma insidiosa com manifestações pouco importantes e desaparecer desconhecendo – se se os doentes ficam imunes/ e ou portadores.

Outros tem manifestações mais graves com febre, mialgias e insuficiência respiratória o que obriga em muitos casos a internamento hospitalar e a respiração assistida ( ficam ligados a um ventilador), nestes casos a recuperação é difícil, respondem mal aos tratamentos e muitos morrem.

Nem todos tem sintomatologia respiratória o que ainda dificulta mais o diagnóstico.

Nalguns doentes manifesta- se  com quadro de diarreia e vómitos, com ou sem febre,

Noutros pode dar alterações do comportamento e prostração.

Isto tudo obriga a que todos os profissionais tenham equipamento de proteção  uns  com proteção mais exigente ( se estão especificamente nos Covid) em que a necessidade de proteção implica uso de máscaras próprias, luvas,  viseiras, toucas, golas, vestuário destinado a uso exclusivo, batas, proteção do calçado.

Este equipamento deve ser suficientemente seguro para impedir que os profissionais se infectem.

Exige um ritual próprio para se equiparem e desequiparem com necessidade de uma metodologia em que a técnica tem de ser rigorosa.

Desta forma procura- se minimizar o risco de infeção, todavia não é fácil trabalhar nestas circunstâncias pela necessidade de ter de se auscultar os doentes de fazer as ligações telefónicas dos diversos contatos durante os procedimentos e da colocação sistemática e individual dos aventais, das luvas  🧤 que são substituídas como não podia deixar de ser de doente para doente.

Acresce ainda a necessidade que os profissionais tem de satisfazer as suas necessidades básicas o que nem sempre é possível ficando horas dentro do covidario porque não tem quem os substitua.

Importa ainda referir que os doentes que se encontram a ser atendidos no espaço destinado aos eventuais portadores desta doença nem todos são conformados felizmente como positivos, mas os outros podem vir a infectar- se dentro deste espaço pelo fato de permanecerem la dentro para fazerem o despiste da doença.

Esta situação não é fácil de ultrapassar nem para os doentes nem para os profissionais.

É importante também referir que os profissionais da saúde não são heróis, são pessoas humanas que assumiram um compromisso e fizeram um juramento que se destina a salvar vidas, que iriam estar disponíveis para assistir os doentes da comunidade em todas as circunstâncias e em todas as doenças.

O exercício da sua profissão implica essa doação e esse sacerdócio, todavia não era previsto que muitos se privassem de estar junto das suas famílias.

Esta última circunstância surgiu pela inevitalidade de poderem vir a infetar as suas famílias e por questões de proteção da mesma.

Este facto já de si complexo levou a que uma enorme parte dos profissionais optasse  por ficar a viver sozinho.

Este é mais um sacrifício que não era previsível.

A dedicação e disponibilidade dos profissionais da saúde não se manifesta apenas para tratar os doentes Covid 19, sempre mantiveram esse comportamento para com todos os doentes e para com todas as doenças e neste momento estão também muito preocupados pela falta de assistência aos outros doentes não Covids pois as doenças prevalecem, o acompanhamento tem de ser continuado e as patologias agudas ( enfartes e acidentes vasculares cerebrais continuam a surgir).

Sem duvida que existem prioridades no atendimento dos doentes urgentes mas essas prioridades são para várias doenças onde até algumas delas tem critérios de atendimento de emergência 🚨 como por exemplo a via verde dos acidentes vasculares cerebrais e a via verde dos doentes coronários.

Certamente, e na minha humilde opinião as disponibilidades e distribuição no atendimento dos doentes poderia ter sido  feita de outra forma.

Isto é, poderia ter- se optado por selecionar dois ou 3 hospitais centrais públicos e privados para atendimento de doentes com forte probabilidade de virem a ser diagnosticados como Covid positivo e os internamentos desses hospitais seriam  exclusivos para estes doentes e ou outros hospitais atenderiam as  outras patologias.

Muito provavelmente iríamos poupar nos recursos humanos, diminuiríamos o risco de infeção intrahospitalar e não abandonaríamos os outros doentes muito menos os privaríamos  do acompanhamento obrigatório, digno e ético a que tem direito.

Acresce ainda a onda de medo / terror que se gerou para os  impedir  de recorrer aos seus médicos assistentes.

Naturalmente que as medidas de proteção ( uso de máscaras e luvas), o isolamento social e o distanciamento interpessoal são medidas obrigatórias e que todos nós temos de cumprir, todavia se gerarmos o pânico vamos contribuir para o crescimento das outras doenças, as de foro psicológico  que fragilizam e tornam as pessoas mais vulneráveis.

Certo é que este flagelo do Covid 19 tem de ser combatido drasticamente e todas as medidas sanitárias implementadas e destinadas ao impedimento da propagação da doença, ao diagnóstico atempado e celere são emergentes e  necessárias para impedir que novos casos sujam  e que os doentes morram.

Isto não exclui que os profissionais da saúde não adoptem as medidas de proteção individual no atendimento e na observação de doentes potencialmente não Covids, porque como já referi os quadros clínicos tem sintomatologia variada  e não existe um

padrão definido da tipologia Covid 19, por tudo isto é que o diagnóstico e tratamento destes doentes se torna tão complicado.

Por fim uma palavra para os doentes institucionalizamos.

Seria  prudente que os cuidadores não circulassem de instituição para instituição e que apenas estivessem vinculados a uma delas.

Isto diminuiria o risco de infeção.

Como sabemos existem instituições que não tinham condições para proteger estas pessoas não só porque não existem espaços suficientemente largos para o distancionamento interpessoal, bem como a preparação técnico profissional de muitos cuidadores não é a mais adequada, devido a falta de formação, de vigilância e controlo na fiscalização não só das instituições públicas como privadas.

No meu entender deveriam existir comissões de acompanhamento que visem melhorar ajudando a encontrar uma melhor resposta na assistência as pessoas que estão institucionalizadas ou que vivem em famílias de acolhimento.

Esta proposta não é para atribuir penas mas para ajudar a minimizar ou menos impedir os riscos para quem cuida e para quem é cuidado.

Em suma, esta   pandemia continua a ser  uma surpresa muito negativa e penosa que está a ser vivenciada em todo o mundo.

Tenhamos Fé e Esperanca no retorno a curto prazo da Paz, da Tranquilidade, da Harmonia e da Humanidade para PORTUGAL 🇵🇹 e para o Mundo.

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