Márcia Pinto
Estamos num dos meses mais bonitos do ano, num ano particularmente atípico.
No mês de maio celebramos o dia mãe, o dia em que de uma forma particular lembramos a importância das nossas mães, esse ser especial dotado de um amor abrangente, incondicional, indefinido…
Nem sempre foi assim, pois inicialmente esse dia era celebrado no dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, padroeira de Portugal. Na década de 70 foi alterado para o primeiro domingo de maio, uma vez que maio é o mês de Maria, para que no 8 de Dezembro fosse celebrada exclusivamente à nossa padroeira.
Contudo, este mês é desde há muitos anos dedicado a Maria, mãe de Jesus, em que de uma forma particular os crentes da religião católica rezam um terço diariamente em sinal de reconhecimento, gratidão e também numa forma de aceder ao pedido feito por Nossa Senhora aos pastorinhos.
Curiosamente, ou não, a crise moral e social que a humanidade vivia na altura das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos levou-A a afirmar que a situação era muito dramática e fez referência a calamidades e castigos que recairiam sobre a humanidade se os homens não se convertessem.
Assim, 103 anos depois das aparições e 102 anos depois das mortes de Jacinta e Francisco, pela gripe Espanhola, uma calamidade que retirou a vida a cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, estamos a viver novamente uma situação muito similar, tanto ao nível da saúde como da fé.
Deste modo, o mês de maio será, mais uma vez, crucial para Portugal, é a fase em que temos que mostrar a nossa força e ao mesmo tempo resiliência perante esta pandemia, de modo a tentar vencê-la. Para os católicos será um mês de oração em família, nos altares improvisados em suas casas.
Neste sentido, acredito que será também uma época de reconversão, pois normalmente é nas fases menos positivas que temos necessidade de refletir sobre os nossos valores e ideais e de acreditar que algo que nos transcende nos possa iluminar.
Por fim, maio é também o mês das mulheres, enquanto mães e pilares fundamentais na sociedade, que nesta fase em que os filhos estão em casa, são mães, esposas, professoras, psicólogas, empregadas domésticas e em muitos casos ainda trabalham por conta de outra entidade. É pertinente reconhecer-lhes o esforço diário pois, em pleno seculo XXI ainda há quem considere que são o sexo fraco!