Catherine Pereira
Os tempos que atravessamos são, efetivamente, complexos.
Apesar das medidas de desconfinamento, há ainda muitas regras a serem cumpridas que, inevitavelmente, trouxerem à vida de todos uma necessidade premente de reorganização em todas as áreas da nossa vida.
De facto, estes últimos meses têm sido bastante rigorosos e os papéis que desempenhamos na nossa vida profissional, pessoal e social têm-nos demonstrado que, apesar da pandemia, é possível readaptarmo-nos a situações inesperadas.
Falemos, por isso, da capacidade extrema de se conciliar a pandemia, com a maternidade e a carreira que se pretende manter.
A participação ativa da mulher moderna no mundo do mercado do trabalho tem levado, inevitavelmente, a uma reorganização estrutural da sociedade, bem como a uma maior consciencialização de que a maternidade e a carreira são papéis perfeitamente conciliáveis.
A ideia erónea de que uma mulher com um projeto de vida familiar tem menos possibilidades de ser uma profissional de sucesso deve ser motivo de debate e discussão, impedindo-se assim que o preconceito e o egoísmo façam parte de uma sociedade que se pretende justa e contemporânea.
É por este motivo, e segundo a visão de um contexto familiar equilibrado, que devemos dosear a responsabilidade excessiva que atribuímos à identidade feminina no papel de um projeto familiar, defendendo-se uma estratégia familiar moderna, onde pai e mãe têm o mesmo peso e compromisso.
Na prática, o objetivo é não desvalorizar o projeto de vida pessoal em detrimento da carreira e vice-versa. Encontrar-se o ponto de equilíbrio onde o desafio da maternidade é uma ação conciliadora entre mãe e pai, onde ambos têm a mesma responsabilidade.
Alguns estudos internacionais comprovam que as mulheres que se tornam mães aumentam a sua produtividade e, consequentemente, levam à melhoria dos resultados nas empresas onde trabalham.
A pandemia, trouxe a muitas mulheres (embora não tenha sido fácil), a capacidade de trabalharem em casa, tratando dos filhos e respondendo de forma igual às necessidades que o trabalho impunha. Assim, desengane-se quem ache que a mulher por ser mãe não terá o mesmo desempenho profissional em tempos de pandemia.
E, abandone-se, assim, a ideia de que uma mulher que é mãe, mas que continua atenta e focada no seu trabalho é menos mãe por isso. Deixemos as culpas e angústias de lado e percebamos que uma mãe feliz, torna-se uma mãe ainda mais completa.
Respeitar é a palavra de ordem. Respeitar a mulher enquanto elemento fundamental nos múltiplos papéis que esta tem na sociedade; respeitar as suas escolhas, deixando para trás (pre)conceitos que não se adequam a esta era moderna.
Na verdade, ser mãe e continuar a apostar numa carreira de sucesso em tempos de pandemia é um desafio tremendo que deve ser valorizado pelos empregadores da sociedade.