Ricardo Guilherme
A história do ser belo é tão antiga quanto a própria humanidade. Ao longo dos tempos, as pessoas tentaram melhorar a sua atratividade em função do próprio conceito de beleza da época em que se encontravam. Os filósofos, como Platão e Kant, ilusoriamente, perseguiram uma definição universal para a palavra “beleza”. Estudos mostram que caraterísticas-chave, como clareza, simetria, harmonia e cores vivas são elementos de uma aparência atraente e bonita. Sendo o aspeto físico a parte mais visível do Eu, é inerente ao ser humano o desejo de suavizar as suas (aparentes) imperfeições com o desígnio de alcançar a sua conceção de belo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não, simplesmente, a ausência de doença”. A saúde apresenta diferentes dimensões, não só a componente orgânica (objetiva), mas também fatores individuais (subjetivos) e, por conseguinte, não é igual de pessoa para pessoa, dependendo do contexto social, económico, cultural, político, entre outros.
A OMS outorga à Medicina três desígnios: tratar a doença, preveni-la e promover a saúde. É neste contexto que surge a Medicina Estética como prática médico-cirúrgica que aplica as técnicas necessárias, tanto para a restauração, manutenção e promoção da estética, beleza, saúde e bem-estar, como para a prevenção do envelhecimento e patologias associadas.
Nasceu em França, em 1973, a primeira Sociedade de Medicina Estética. Atualmente, com uma base científica sólida/consolidada e com formação universitária especializada, ergue-se como resposta a uma demanda crescente na sociedade portuguesa. Com o incremento da esperança média de vida e da longevidade, grande parte da população solicita cuidados estéticos, requerendo para tal profissionais especializados nesta área. Procura tratar afeções estéticas que muitas das outras especialidades não tratam, com o elevado grau de tecnicismo assumido apenas por um médico especializado.
É elementar que os profissionais que pratiquem Medicina Estética tenham a formação necessária para enfocar os tratamentos desde um ponto de vista médico-estético, integral e holístico, atendendo tanto à cura como à melhoria do processo e do seu tratamento.
Existem protocolos de prática clínica, constantemente atualizados, que devem ser rigorosamente cumpridos. As áreas de tratamento da Medicina Estética vão desde a Medicina Estética Dermatológica, Fleboestética e Patologia Linfática, Endocrinologia Estética e Dietoterapia, Estética Vascular, Fototerapia e Laserterapia, Mesoterapia, até à mais contemporânea Ginecoestética. No futuro, a inteligência artificial (já tendo as primeiras pesquisas sido iniciadas nos EUA, na Universidade MIT em Massachusetts) será uma aliada importante da Medicina Estética, sem nunca substituir o toque humano.
Gostaria de poder dar a conhecer um pouco mais das áreas de tratamentos e terapias que se realizam na Medicina Estética, com especial foco na saúde e no bem-estar, de uma forma total e equilibrada. Agradeço à edição da BIRD Magazine pela oportunidade e mostro-me disponível para clarificar qualquer questão que surja sobre o tema que aqui apresento.