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Cidadania e Sociedade

INCÊNDIO EM ABRIGO DE ANIMAIS NA SERRA DA AGRELA

Susana Ferreira
No Domingo ao abrir as redes sociais todos fomos invadidos por fotos e vídeos de um abrigo de cães e gatos em chamas. Animais queimados, restos mortais de animais são algumas das imagens que chocaram o país. A revolta instalou-se entre todos e vários foram os populares que perante atitude das proprietárias rumaram em direcção à serra na esperança de poder retirar os animais do abrigo para poder prestar assistência médica.
Infelizmente este incidente que vitimou cerca de 73 animais, veio revelar as condições em que os cerca de 300 animais viviam. Os animais resgatados para além das queimaduras e problemas respiratórios, após a noite de terror vivida, apresentavam magreza extrema, parasitismo interno e externo. Alguns com lesões de sarna evidentes. Ninguém pode imaginar o sofrimento e pânico vivido por estes animais, sem ter por onde fugir ou se esconder.
Vários veterinários e associações rumaram em direcção à Serra para tratar e alojar os animais. As associações e canis estão lotados, irá ser um esforço extra e extremamente complicado. Nos dias seguintes foram descobertos inúmeros abrigos ilegais de onde foram retirados animais em condições de higiene e saúde precárias.
Apesar do novo estatuto dos animais ainda há um longo trabalho pela frente. E não, não passa por abate de animais como tem sido noticiado. Os Médicos Veterinários não defendem o abate como solução.
Todos querem arranjar um culpado, todos querem apontar o dedo a alguém, eleger um culpado. Mas no final, todos temos um pouco de culpa. Muitos portugueses não esterilizam os seus animais, potenciando as ninhadas ao acaso. Muitos portugueses permitem os seus animais andarem livremente na rua, cobrindo fêmeas errantes. Muitos portugueses não aplicam microchip nos seus animais, para não ter responsabilidades e poder descartar-se na primeira oportunidade. Vários portugueses querem apenas retirar os animais errantes da sua porta, não interessa para onde, apenas que desapareçam. Coração que não vê, coração que não sente.

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