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PELOS CAMINHOS DE PORTUGAL!

Rui Canossa

Foi este o mote para as minhas férias. Inspirado pela música do saudoso Mário Gil, saí de uma das mais lindas terras de Portugal, Amarante, e fiz-me à estrada. Queria conhecer o Luso e a Curia, a zona de Montargil e chegar ao Algarve pela famosa N2, a route 66 portuguesa, mas a preguiça e a planificação dos tempos levaram-me a percorrer muito pouco da N2.

Chegar por volta do meio dia à Mealhada era fundamental para arranjar mesa nalgum restaurante que servisse o famoso leitão da Bairrada. Objetivo alcançado era hora de ira até ao Grande Hotel do Luso onde ficámos hospedados. O Palácio do Buçaco, hotel afamado e deslumbrante está fechado por causa da pandemia. O Grande Hotel do Luso é muito bonito e com a sua piscina olímpica, conjugado pela simpatia dos seus colaboradores, era pronúncio de uma estada fantástica. Assim que nos instalámos, num amplo quarto com vista para a piscina, rumámos ao Museu Militar do Buçaco que foi fundado em 27 de setembro de 1910, por altura do 1.º Centenário da Batalha do Buçaco, em homenagem à vitória do exército Anglo-Luso. Foi inaugurado por D. Manuel II. É um museu pequeno, mas carregado de história e significado.

Depois da visita ao Museu, onde aliás se ouve falar de Amarante, devido a um filme explicativo das invasões francesas, dirigimo-nos à Mata Nacional, gerido pela Fundação Mata do Buçaco. Foi plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no primeiro quarto do século XVII, encontrando-se delimitada pelos muros erguidos pela ordem para limitar o acesso a mata. Escusado será dizer que é um local maravilhoso para quem gosta de caminhar pela vegetação e percursos de água levando-nos à famosa Fonte Fria. Como já tínhamos andado imenso, cansados, mas contentes, decidimos voltar no dia seguinte para visitar o Convento de Santa Cruz mesmo ao lado do Palácio. O Palace Hotel do Buçaco (Palace Hotel do Bussaco) é um castelo de conto de fadas em plena floresta encantada, que lhe propõe a experiência única de se hospedar num verdadeiro palácio real, considerado, desde 1917, como um dos mais belos, românticos e históricos hotéis do mundo. O palácio foi construído a partir de 1885 para os últimos Reis de Portugal, e localiza-se a duas horas de Lisboa, e a uma do Porto, no interior da Mata Nacional do Bussaco, ex-libris botânico e natural de Portugal. Não posso passar para o ponto seguinte da nossa jornada sem referir a gastronomia. Como quase sempre opto por reservar os hotéis só em regime APA – Apartamento e Pequeno Almoço, porque, se há manifestação da cultura de um povo que se torna uma identidade é, sem dúvida a sua gastronomia. Assim, fomos a dois restaurantes no Luso, o Lourenços onde a especialidade é a chanfana, prato de origem popular tradicional de Portugal. É um prato à base de carne de cabra, tradicionalmente já velha, assada dentro de caçoilas de barro preto em fornos a lenha, mergulhada em vinho tinto, alho, folhas de louro, pimenta, colorau e sal. No restaurante Pedra de Sal, o Zé Miguel optou pelo bife de vaca e eu pelo churrasco de porco preto! Deliciosos. Para acabar em beleza e se for para estes lados não deixe de provar o famoso Morgado do Buçaco!

Próxima paragem, o NAU Lago Montargil & Villas onde a vista alcança uma planície tipicamente alentejana que se torna única com o poder da água que a banha – a Barragem de Montargil. A dois (vimos muitos casais de todas as idades) ou em família, para passear de bicicleta, de jipe ou a cavalo, pela marina junto à albufeira ou sobre as suas águas, a pescar ou de barco a remo ou vela, promove-se uma certa maneira de ser alentejano. Mais ou menos ativo, mas sempre plácido e bem-disposto. Eu e o meu filho optamos pelo ativo, já que esta zona proporciona várias animações turísticas. Assim, entrámos em contacto com a Coudelaria Dias na Quinta da Sanguinheira, em Foros do Mocho, onde, desde o atendimento para marcação até nos virmos embora fomos verdadeiramente tratados de uma forma exemplar pela Gi Lourenço. Madeirense de nascimento, mas alentejana por casamento. Depois da Gi nos dar as informações de como chegar à Quinta, metendo por um caminho de terra batida, chegámos à Coudelaria, onde nos fora mostrados os cavalos da coudelaria e finalmente os nossos, eu fiquei com o Gipsy e o Zé com a Estrela, ambos puros sangues lusitanos criados na herdade. Depois foi desfrutar de um passeio inolvidável, sempre acompanhados pela simpatia e profissionalismo da Gi que até nos fez o favor de tirar fotografias. Obrigado pela forma como fomos tratados. Antes que perguntem, o almoço foi em Mora, no restaurante o Alentejano, onde a carne de porco e uma torta de laranja retemperaram as forças dos turistas. Já agora, se passarem por estes lados, não deixem de visitar o fluviário de Mora, especialmente se tiver crianças pequenas que, além de verem os peixes de rio, podem fazer atividades na sala criada para o efeito onde podem ver escamas ao microscópio, fazer desenhos e até criar animais em plasticina que serão expostos. Tudo isto na famosa Nacional 2. De tarde, fomos ao Centro Náutico, em frente ao hotel, aliás tem acesso direto por baixo da N2, para evitar acidentes. Aí disseram-nos para ir falar com o sr. António Maia ou com a Sofia Maia, filha, que, mais uma vez, de uma forma simpática e bem-disposta nos deram a escolher a modalidade. Ora como amarantinos escolhemos a canoagem, onde pudemos desfrutar da paisagem e da massa de água da Barragem de Montargil.

Terceira etapa da nossa demanda. Chegar ao Algarve, mais concretamente, Vilamoura, ao Hotel Vila Galé Ampalius, paragem habitual para nós, já há alguns anos. Vilamoura tem um ambiente fantástico. Tem o sol, o mar, a areia, as pessoas, locais e estrangeiros, tem animação diversificada, diurna e noturna. As nossas preferidas foram andar num barco à vela, o famoso Condor de Vilamoura, fazer parasailing, jetboat, ver os golfinhos num semirrígido, até já andámos de Ferrari em Vilamoura. E a gastronomia não podia ser melhor, tal como a diversidade das gentes, há restaurantes para todos os gostos e carteiras.

Termino dizendo que temos um país tão lindo. Costumo dizer e falar aos meus alunos das viagens e tantos me perguntam por este ou aquele país, que têm o seu valor, fascínio, cultura, interesse, sem dúvida, mas o nosso, é o mais completo e bonito. E ainda me falta percorrer tantos caminhos de Portugal.

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