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Cidadania e Sociedade

110 ANOS DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

Ricardo Pinto

Quarta-feira, 5 de Outubro de 1910

Número: 3568

Redatores do Jornal O Mundo, 1910

EMFIM!

A REPUBLICA EM PORTUGAL – A REVOLUÇÃO TRIUNFANTE – O bombardeamento das Necessidades – A fuga do rei – a atitude das forças revolucionárias – O povo ébrio de alegria

A salvação de Portugal

Página 1, colunas, 1, 2 e 3:

Aqui, muito importante, percebe-se que sendo O Mundo, um jornal assumidamente republicano, irão ser imensas as notícias directamente relacionadas com a Implantação da República Portuguesa, nomeadamente a voz que foi dada ao governo provisório, constituído à época, entre esses elementos, destacar os discursos de Teófilo Braga, uma vez que era ele, o presidente desse mesmo governo provisório, que servirão para orientar os portugueses, informando-os de tudo o que se estava a passar e quais as medidas a serem tomadas, de forma a consolidar, a vitória alcançada – a QUEDA DA MONARQUIA, A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA.

AO POVO PORTUGUÊS

Vai ser distribuída pela cidade a seguinte proclamação:

Cidadãos!

O povo, o exército e a armada acabam de Proclamar a República. A dinastia de Bragança, maléfica e perturbadora consciente da paz social, acaba de ser para sempre proscrita de Portugal. (…)

Eis que finalmente termina a escravidão desta Pátria e se ergue luminosa na sua essência virginal a aspiração benéfica de um regime de liberdade. (…)

Cerca das 8 horas da manhã, depois de um bravíssimo ataque das forças revolucionárias, renderam-se as forças que tinham a ingrata missão de defender a causa monarchica. Aquella hora arvorou-se a bandeira da República no Castelo de S. Jorge.

Pouco depois içava-se a bandeira no prédio do MUNDO, ante uma multidão ébria que victoriava a República.

O governo provisório:

O governo provisório é assim constituído:

Presidente sem pasta, Theofilo Braga.

Interior, António José de Almeida.

Justiça, Affonso Costa

Fazenda, Basilio Telles

Obras públicas, António Luiz Gomes.

Estrangeiro, dr. Bernardino Machado.

Guerra, o oficial do exercito escolhido pelos oficiais que fizeram a República.

Marinha, o oficial da Armada indicado pelos revoltosos.

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