Isabel Pinto da Costa
Quem nunca ouviu falar no distúrbio psicopatológico da cleptomania? Sim; ainda quando andávamos na escola primária já ouvíamos a professora a dizer “Quem roubou o pedaço de giz?”, “Quem roubou a borracha do João?” … Mas nesse tempo podia ainda não se avizinhar que viria a ser patológico nessa pessoa, pois quem apresenta cleptomania começa a furtar coisas inclusive sem valor, canetas, envelopes, sem necessidade, apenas para diminuir os seus níveis de ansiedade, por impulso e não por necessidade.
Existem sinais que identificam o cleptomaníaco como: Não resistir ao impulso de roubar objetos. Não rouba por dinheiro, mas porque não resistiu ao impulso de roubar, não consegue resistir mesmo sendo objetos desnecessários para a sua vida. Roubos espontâneos, não planejam os seus roubos, os mesmos acontecem quando surge o impulso de roubar, de tal maneira intenso que é impossível de controlar, roubam em locais públicos como lojas ou supermercados mesmo tendo dinheiro para comprar o que roubam. Colecionam os objetos roubados, como, geralmente, o que roubam não tem valor nem utilidade para a sua vida pessoal acabam por guardar ou os que não guardam dão de presente. Tensão, ansiedade, prazer e culpa. A tensão que antecede ao roubo é muito forte o que deixa a pessoa muito ansiosa, no entanto durante o roubo existe uma sensação de prazer, mas após o roubo vem o sentimento de culpa e remorsos pois sabe que o ato que realizou não está certo. Por vezes, até alguns cleptomaníacos ficam deprimidos. Ser apanhado a roubar, enfrentar as consequências do roubo e repetir novamente esse comportamento. O impulso de roubar surge de novo mesmo que o cleptomaníaco tenha sido apanhado.
A cleptomania não tem uma causa bem definida mas, pensasse estar relacionada com transtornos de humor. Neste tipo de transtorno mental é importante pedir ajuda psicológica e psiquiátrica e dentro das terapias indicadas para a cleptomania eu recomendo a terapia cognitiva porque vai trabalhar a substituição de pensamentos negativos por pensamentos positivos e ainda devemos substituir comportamentos disfuncionais por comportamentos ajustados, logo, a terapia comportamental também é essencial; recomendo também trabalhar os medos do doente com cleptomania.
Fatores de risco onde a cleptomania é mais propensa a surgir: se tivermos outro transtorno mental, ou se tivermos parentes com transtornos obsessivos compulsivos ou transtornos comportamentais.
É assim importante não ver este transtorno como um tabu pois transtornos desta ordem como a depressão, ansiedade, se não forem tratados podem levar pessoas a tentar o suicídio.