Isabel Pinto da Costa
Quem nunca na sua vida não passou já por uma forma de bullying ou teve o conhecimento de uma forma de bullying de alguém que lhe é próximo? Este ocorre quando alguém magoa ou humilha outro, de forma repetida. Para podermos dizer que existiu bullying contra uma criança, um jovem ou um adulto, tem que haver por parte de quem o pratica um desequilíbrio de poder, ou seja, quem faz usa o poder, a força física ou alguma informação constrangedora que sabe para controlar a outra pessoa e também repetição, pois os comportamentos de bullying têm de acontecer mais de uma vez.
Existem vários tipos de bullying como:
1.Bulling físico quando usamos a força física para magoar, bater, magoar…
2.Bullying verbal quando usamos palavras ou gestos para humilhar, ameaçar, intimidar, insultar, usar sarcasmo, ridicularizar;
3.Bullying relacional quando isolamos alguém, deixamos a pessoa de parte, espalhamos rumores sobre a pessoa, usamo-la como bode expiatório;
4.CyberBullying quando usamos telemóveis, fotografias, emails e redes sociais para fazer bullying a outras pessoas.
Falando agora sobre o título deste meu artigo, posso dizer que, nos dias de hoje, existe o falso conceito de que as agressões verbais não são uma forma de bullying e muitas pessoas ainda se permitem fazê-las e acreditam que não venham a ter consequências legais nem provocar consequências psíquicas nas vidas das pessoas para quem são direcionadas. No entanto, as lesões psíquicas são tão profundas, que eu faço um apelo para que denunciem estas agressões. Elas estão muito presentes nas crianças, nos casais de namorados entre os 15 e 17 anos, e isto acontecendo, haverá consequências na vida adulta, pois teremos adultos com baixa autoestima, inseguros, com sintomatologia ansiosa, com dificuldades de adaptação em muitos contextos, com pouca resistência às frustrações e com dificuldades de se adaptarem a normas sociais.
Mas voltando ao perfil das vítimas de bullying, estas são fisicamente frágeis, tímidas, inseguras, com uma personalidade ansiosa e apresentam uma visão negativa de si com baixa autoestima. Sofrem em silêncio e apesar de serem elas as vítimas, por vezes, ainda se sentem culpadas a acharem que fizeram alguma coisa que levou a que fossem escolhidas pelo agressor.
Os agressores são inseguros, sabem que os comportamentos estão errados, mas continuam a praticar o bullying para se sentirem superiores. São, sem dúvida, pessoas com transtorno de personalidade.
Temos assim que lutar para que a sociedade não ignore os sinais de bullying nos diferentes contextos e intervenha imediatamente.
Para quem teve coragem de denunciar, acredite, que valeu a pena!