Raquel Evangelina
2020 terminou mas, ao contrário do que ingenuamente esperávamos, não levou com ele o que de mais negativo nos trouxe.
Continuamos a ter medo de poder infetar, sem sabermos, outros e assim evitámos estar com quem gostamos. Continuamos a estar “às cegas” relativamente ao que o futuro próximo, a nível de pandemia, nos reserva. Continuamos com o sentimento de liberdade condicionada, de sufoco, de incerteza, de não se poder fazer planos.
Continuamos com a urgência do abraço. Talvez nunca tenhamos nos dado conta da importância de poder abraçar. Mas agora sabemos, sem qualquer sombra de dúvida, o que vale um abraço, o seu poder reconfortante, acolhedor e apaziguador, principalmente daqueles que mais amamos.
2021 e a anunciada vacina é um oásis. Não quero com isto dizer que não voltaremos à normalidade. Acredito, e quero acreditar, que sim. Apenas não será um retomar tão instantâneo, apesar de toda a gente estar farta de restrições, incertezas e inseguranças. Acredito no retomar das nossas vidas mas a longo prazo.
2021 será um ano de retomar lento mas também será um ano desafiador, principalmente a nível económico. Começaremos a ver o resultado de dias fechados em casa, sem poder ir trabalhar, e sem ter fonte de rendimento. De despedimentos que foram feitos. De empresas que fecharam de vez.
2021 traz esperança mas também traz dificuldades. Faço votos que sejam persistentes, resilientes e tenham fé para os dias complicados que se adivinham.
E faço votos para que volte, o mais rápido possível, o abraço.