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ESTA DEPRESSÃO QUE ME ANIMA

Mateus Oliveira

‘Roubo’, mais uma vez, um título para uma crónica. Desta vez à minha canção favorita do álbum “Uma inocente inclinação para o mal”, de A NAIFA. Entramos em fevereiro e é inevitável constatar que é crescente a nuvem depressiva que nos envolve a todos. Estamos mais descrentes, mais impacientes e mais rabugentos. É natural, presumo eu. Sobretudo quando, para além das restrições às vivências a que estávamos habituados, se somam situações de revolta e incompreensão, potenciadas pelo clima de medo de um vírus que ansiamos ver tornar-se endémico em vez de pandémico.

Por estes dias, a trapalhada em torno da toma indevida das vacinas vem mostrar-nos que a maior parte das pessoas com cargos de relevo institucional neste país não serve. São cada vez menos aqueles que têm um efetivo sentido de bem comum no desempenho dos cargos para os quais são eleitos ou, pior, nomeados. Entre a desfaçatez e o populismo bacoco que caracteriza a generalidade destas personagens, caímos – povo – numa descrença coletiva que faz com que já nada nos admire.

Ainda assim, no meio deste cinzentismo, ouso desafiar/enaltecer aqueles que percebem que é hora de pegar nos lápis de cor. De abraçar causas e perceber que as coisas podem ser diferentes e que é nos ciclos negros que emergem possibilidades sociais, profissionais e até pessoais de nos (re)construirmos. No meio do pântano que 2020 expandiu até 2021 tenho visto pessoas serem capazes de feitos incríveis e é sobre/neles que me quero focar. Porque serão eles o alicerce da rua/cidade/país/mundo pós-pandemia. E, ainda que este momento das nossas vidas pareça interminável, a vida passa demasiado rápido e tudo muda de forma muito repentina.

Hoje, os que de forma pretensiosa se aproveitam ‘disto’ serão os mesmos que amanhã se colarão ao sucesso, mais ou menos ‘ruidoso’, e às conquistas daqueles que – neste nebuloso momento – fazem por ser farol. A História tem-nos provado isto de forma sistemática.

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