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SER PAI

José Castro

São várias a origens do Dia do Pai que é celebrado um pouco por todo o mundo, embora em datas distintas. Em Portugal e por motivos religiosos é celebrado a 19 de Março.  Mais importante que os vários motivos iniciais e interesses comerciais da data é fazer uma reflexão do que implica ser Pai. Em termos meramente biológicos todos sabemos o que é necessário para ser Pai. Mas isso nada nos revela da “qualidade” desse pai, se possuí ou não os requisitos e competências para tão elevado cargo! Mesmo, o próprio ato inicial pode ter sido um ato de egoísmo e de ausência de amor pela companheira. Pode mesmo essa gravidez nem sequer ter sido desejada! Infelizmente, nessas situações o dito pai frequentemente se afasta, deixando todo o trabalho para a “super” mãe! Não é obrigatório ser pai e antes não o ser que desempenhar de forma incompetente esse papel. Em primeiro lugar ser pai passa por aceitar (mental, emocional e espiritualmente) de forma incondicional um filho ou uma filha. É tomar consciência que um novo ser humano (tal como nós) vai viver e desejar ser “feliz”! E começa logo a partir da fecundação! Assim, o ambiente que o pai proporcionar à mãe grávida já está a condicionar uma gestação que pode ser mais ou menos saudável. Na fase de gestação, muitos pensam que só o papel da mãe é fundamental. Contudo, o pai já está em modo de “Pai!” Estão envolvidos desde o inicio três seres (se não houver gémeos e essa consciência acompanhada de atitudes/comportamentos  apropriados, vai proporcionar as melhores condições para o nascimento. Se toda esta fase é bem mais importante do que parece, não há dúvida que após o nascimento da criança uma etapa completamente nova e cheia de surpresas (umas mais desafiantes que outras) aparece. 

Gostaria, caro leitor, se é pai, que se lembrasse do que pensou, sentiu e viveu quando pegou pela primeira vez ao colo um(a)  filho(a). É possível que um dos “medos” iniciais era saber se a criança era saudável. Mesmo que fisicamente esteja tudo bem, há que esperar algum tempo para averiguar se a nível “mental” o mesmo acontece. É aqui que eu quero homenagear os Pais, que apesar de alguma limitação (mais ou menos profunda) da criança tentam proporcionar-lhe um ambiente em que ela possa ser feliz! Falta criar uma sociedade não discriminatória e inclusiva, pois há muitas formas de viver…e de Ser!  

Ser Pai e acompanhar o desenvolvimento da criança é uma experiência desafiadora em termos de aquisição/desenvolvimento de competências (inteligência cognitiva, emocional, espiritual) determinantes para uma comunicação e interação positiva, pacificadora e profunda. Igualmente permite trabalhar sentimentos egoístas presentes de forma inconsciente, como o sentimento de posse, de controlo, do “eu é que sei.” Amar é “desconfinar”. Dar liberdade (associada à responsabilidade) como demostração da confiança que temos nos nossos “rebentos,” que vão crescendo e que têm que fazer o seu voo, alcançar os seus “sonhos”. Dar liberdade implica igualmente superar “medos,” confiando nos que vão interagir com eles, desde amas, educadores de infância, professores, amigos e obviamente o “companheiro” ou “companheira” de Vida. 

Viver (em família) será sempre um caminho de descoberta e ação para todos os envolvidos. Se numa primeira fase nós promovemos a evolução dos descendentes, numa segunda fase, são eles que já conscientemente contribuem para a nossa evolução, sempre que nos ensinam algo. Não existem pais, mães ou filhos perfeitos, mas todo o Ser humano é perfectível, se o desejar!   

Assim, como filho, agradeço profunda e eternamente ao meu pai a possibilidade de existir enquanto ser humano. Agradeço tudo o que fez e faz por mim e o que me transmite. Umas coisas copiei, adaptei e intensifiquei, outras perdoei e procuro eliminar em mim. Aconteça o que acontecer, será sempre meu Pai. Obrigado.


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