Antonieta Dias
“ Virtude do latim: virtus é uma qualidade moral destinada à prática do bem e que traduz mais do que uma caraterística ou uma aptidão, cuja chama simboliza a alma, ilumina a vida, enriquece o amor espiritual que conduz à purificação, determina a evolução, frutifica e enriquece o saber.
Segundo Aristóteles a “virtude é uma disposição adquirida de fazer o bem e se aperfeiçoa com o hábito.”
É um atributo que funciona em conformidade com aquilo que se considera correto ou esperado, o que está de acordo com a moral, a religião e a ética.
A virtude orienta a conduta, define a dignidade, estabelece um modo de vida regrado e austero, elimina o orgulho, desperta a ignorância da pessoa conduzindo-a ao universo da meditação.
A Virtude simboliza o conhecimento é o condão, a faculdade e o dom que reflete a luz do Sol e da Água símbolo da vida, da alma e da pureza, que apaga o que é material e alimenta o espiritual.
A virtude é uma aptidão para conseguir realizar os objetivos de forma eficaz, com mérito, nem esquecer o carater efémero da vida, cuja missão regula a morte do passado e conduz a meditação e alimenta a chama do amor espiritual e da purificação.
William Shakespeare: “alguns elevam-se pelo pecado, outros caem pela virtude.”
Com base na doutrina da Igreja Católica, e segundo Gregório de Nissa, a virtude é “uma disposição habitual e firme para fazer o bem”, sendo o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a Deus.
A Fé, a Esperança e a Verdade são virtudes que conduzem à felicidade porque nos aproximam da vida eterna, “vinculo da perfeição” simbolizam a dependência da consciência interior, a beleza espiritual e moral cujo pilar exprime o eixo do mundo, nos vários níveis do Universo e do Ser.
Mas a maior virtude é o amor “dádiva de si mesmo” é o “oposto do usar“ onde o verdadeiro Homen reúne Saber, Força e Beleza.
Estes três pilares têm uma “estrela” , perfazem no total três que vão ligar-se ao eixo do mundo que será perpétuo.
São as virtudes que regulam os atos, que ordenam as emoções, que iluminam a conduta humana de acordo com a fé, a razão e a espiritualidade purificadas pela Graça Divina.
Para obter a perfeição é necessário inteligência e vontade para ordenar a conduta, a Sabedoria do domínio da paixão e da razão, para alicerçar a fé e prudência que solidificarão a pirâmide da justiça e da fortaleza humana.
São os atos moralmente bons que nos ajudam a agir com cautela usando a razão para nos fazer discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro valor da justiça, criando as regras do saber.
Ser justo é atribuir aos outros o que lhe pertence é fortalecer a força do árduo caminho do homem é proporcionar o equilíbrio espiritual, afastar os prazeres do mundo e dominar os instintos, assegurar a firmeza, ultrapassar as dificuldades, afastar os pecados capitais e organizar as sete virtudes : castidade, generosidade, temperança, diligência, paciência, caridade e humildade.
A palavra Moral deriva do latim mores “relativa aos costumes”, não deve ser confundida com a Ética, porém não existe moral sem Ética, nem Ética sem Moral, todavia o termo Moral tem um significado mais amplo que a Ética. A Ética e a Moral são indissociáveis.
Hegel distingue a moral subjetiva (cumprimento do dever, pelo ato de vontade) da moral objetiva (obediência à lei moral enquanto fixada pelas normas, leis e costumes da sociedade.
A Moral é uma regra de conduta, que sustenta sempre o pilar da perfeição do Homem. A Moral e o Direito unem-se, são inseparáveis, pois não existe norma nenhuma jurídica sem Moral, contudo a Moral tem um campo mais alargado que o Direito, podendo haver Moral sem necessidade de Direito, pois nem tudo o que é lícito é honesto, nem tudo o que é legal é Moral.
Certos povos “egipcios, chineses, babilônicos e os próprios gregos, não distinguem o Direito da Moral e da Religião, para eles o Direito, Religião e Moral confunde-se com os costumes sociais.
A Moral determina o comportamento humano, define as regras e valores que se gravam na consciência, orientam o código de decisão, da vontade e da responsabilidade.
A
Moral é autónoma é imposta pelo homem, unilateral por dizer respeito apenas ao indivíduo.
O dever Moral não é exigível por ninguém reduzindo-se a dever de consciência.
A Moral Humana sempre foi alvo de curiosidade e investigação A Moral está intimamente ligada à paixão, à razão, à comunicação sendo motora de planos ideológicos, económicos, políticos, religiosos, e espirituais.
A experiencia empírica promove o entendimento humano. O desejo sugere impressão, ideias, portanto é originado pela necessidade de induzir a liberdade, os comportamentos, as convenções socias, a conduta social, a igualdade e a fraternidade.
A espiritualidade está centrada no núcleo do Homem no qual gravitam virtudes essenciais que sustentam a fraternidade , a paz de espirito e conduzem à felicidade eterna.
A moral não se resume apenas na caridade e na humildade, virtudes estas contrárias ao egoísmo e ao orgulho.
A Moral exige a preservação da vida e moderação, o treino mental a concentração meditativa, o domínio de si mesmo, a compaixão e a Sabedoria. Assim conseguimos modelar e transformar adultos inteligentes, em que o “certo” deve ser copiado e o “errado” evitado.
O Homem terá de percorrer um longo caminho, abandonar os vícios cuja dependência física, psíquica e psicológica não são explicadas pela ciência.
O Vício é mau, incorreto, doentio, anti-natural, perigoso e fatal. Para a psicologia comportamental o vício é o resultado de uma construção orgânica cujo estímulo contraria a Virtude e a Moral.