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A TI, PAI

Isabel Pinto da Costa

PAI,

Já lá vão 13 anos e as saudades são muitas! No entanto, está na hora de escrever uma carta! Foi no ano de 2008 que te foste embora e nesse dia eu perdi o amor da minha vida, sim, normalmente, é assim que as filhas mais novas se sentem quando perdem o pai. Sempre falaste de mim como uma adolescente! Quando alguém me conhecia ficava surpreendido, pois verificava que eu já era uma adulta! Se calhar era assim que me vias! No entanto, eu não me importava, porque carinhosamente era assim que eu me sentia quando estava junto a ti.

Espero que nesse lugar onde te encontras estejas bem e que aprecies o meu percurso, que nem sempre é pautado só por coisas boas, mas, como tu dizias, a vida não é fácil, mas tu vais conseguir!

Peço desculpa por só agora te estar a escrever, demorei estes anos todos, mas cada um demora o seu tempo a resolver os seus lutos ou a falar deles com a tranquilidade que tu mereces.

Para quem não te conhece e também está a ler esta carta, tu eras o Sr. Joaquim do Butagás, que tinha uma mercearia no Covelo, um homem pacato, dedicado à família, que adorava o futebol. Nasceste em Baião e vieste trabalhar muito novo para Amarante. De família humilde,que sempre incutiu aos filhos os valores de família. Daí toda a minha formação até como psicóloga me define como da abordagem sistémica, estás a ver pai sempre a tua influência na minha vida.

Desde que morreste, um irmão teu já morreu, mas o teu irmão mais velho continua a ser um pilar na vida de todos nós.

Lembras-te de quando morreste eu tinha uma filha, a Sofia, de 7 anos, entretanto já tem 20 anos e agora já tenho outro filho de 10 anos, tens outro neto e eu falo de ti, o avô que ele não conheceu, mas que eu faço questão que ele conheça…. Até uma bisneta já tens, imagina pai!

Pai queria escrever-te esta carta para tu perceberes que a tua morte foi muito difícil para todos nas nossas vidas, para a mãe e para os meus irmãos, mas com o tempo aprendemos a viver com a tua ausência física, mas com a tua presença no nosso coração.

Pai, recordo-me de ti como sendo um pai sempre presente no meu percurso durante a infância, adolescência, vida adulta, um pai significativo. Hoje posso dizer que a tua morte física está superada no meu coração, dando lugar a um sentimento de tranquilidade.

Pai despeço-me com saudades!

A tua filha mais nova,

Isabel

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