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Saúde e Vida

VAMOS FALAR DE ASMA

Antonieta Dias
A asma é uma doença crónica que surge com frequência e exige um acompanhamento muito especial por parte dos médicos de família.
Certo é que alguns doentes são assistidos também por outras especialidades designadamente por pneumologistas ou alergologistas.
Na primavera surgem muitas agudizações quando existem alergias associadas.No relatório da Global Initiative for Asthma (GINA) a asma é definida por uma história clínica  de sintomas respiratórios, cuja intensidade pode variar ao longo do tempo com limitações do fluxo expiratório nas vias aéreas.
Estes doentes necessitam de uma avaliação detalhada com uma história clínica exaustiva e pormenorizada( história de exacerbações, história de medicação respiratória, história familiar, fatores desencadeantes, comorbilidades) e um exame objetivo bem feito.
A sintomatologia descrita pelo doente deve ser sempre valorizada, e o inquérito clínico   devidamente esclarecido  com perguntas diretas e fechadas, mas que sejam fáceis de entender por parte dos doentes.
O Relatório Global Initiative for Asthma (GINA), inclui os critérios,  descrição das recomendações, algoritmos a utilizar  e ferramentas para confirmar e documentar o diagnóstico da asma.
Apesar de conseguirmos diagnosticar a asma com base em critérios da nossa avaliação clínica, temos muitas vezes de nos socorrer de exames complementares de diagnóstico( radiografia pulmonar, provas funcionais respiratórias, análises clínicas e espirometria), que nos irão ajudar a excluir patologias associadas e fazer o diagnóstico correto da asma.
Porém o diagnóstico da asma deve ser fundamentado com a demonstração da existência de obstrução variável do fluxo nas vias aéreas através da espirometria ( que tem um valor extraordinário na investigação clínica destes pacientes, mas muitas vezes pouco utilizada pelos médicos de família) e pela demonstração da reversibilidade após administração de terapêutica broncodilatadora.
A espirometria ajuda a estabelecer o diagnóstico da asma antes de iniciar a terapêutica crónica.
O tratamento da asma é feito de acordo com as normas de orientação clínica cuja atualização é feita anualmente pelo relatório Global Initiative for Asthma (GINA).
Faz parte do tratamento controlar os sintomas, manter a atividade normal e diminuir as exacerbações.
Nestes pacientes é necessário  determinar o seu nível de gravidade (inclui o conhecimento dos fatores desencadeantes, as características específicas dos doentes,  factores demográficos, fisiológicos, marcadores biológicos que nos ajudam a identificar os fenótipos da asma) para que a instituição terapêutica seja assertiva.
Importa ainda referir a importância  das abordagens não farmacológicas (exercício físico, evitar exposições ambientais desencadeadoras de alergénios e a cessação tabágica quando indicado).
Em suma, a asma é uma doença complexa, nalguns casos de difícil tratamento,  cuja adesão terapêutica (farmacológica e não farmacológica) deve ser bem aceite pelo paciente, para poder ser cumprida corretamente.
Devem ser implementadas estratégias preventivas para minimizar os riscos de agudização.
A optimização dos cuidados passa pelo envolvimento de uma equipe multidisciplinar( especialistas de medicina familiar, internistas, fisioterapeutas respiratórios, farmacêuticos) para garantir um tratamento adequado e eficaz.
A revisão do esquema de medicação( avaliar, ajustar e rever), fazem parte integrante de um acompanhamento médico de excelência.
Apesar de todo o investimento que tem sido feito  com a introdução de esquemas terapêuticos inovadores 12,4 milhões (46,9%) de doentes-3,3 milhões(53.7%)  de crianças e 9,1 milhões (44,9%) de adultos, continuam a ter  exacerbações.

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