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A EXCELÊNCIA VEM DA PRÁTICA?

José Castro

É sabido que ninguém nasce “feito”. É sabido que apesar das distintas “predisposições” (a explicação para elas é outro assunto!) de cada ser humano, não existem “dons.” Um “dom” implicaria sempre o domínio total de uma determinada “habilidade” por si só! Ser excelente é ser “bom em excesso” a fazer algo! É nas competições, no desporto, nas artes, etc, que a noção de “ser o melhor” ocorre frequentemente. Seja um campeonato nacional, mundial, jogos olímpicos ou um mero “Got Talent,” seja por equipas ou individualmente, todos querem ser excelentes e ganhar. Qual o “preço” dessa vitória? 

Ronaldo pode ser o melhor do mundo, mas não o conseguiu sentado à sombra da “bananeira”. O “talento” está lá, latente, mas para se materializar tem de ser “trabalhado” até à exaustão. O preço é, pois, super elevado quer em termos físicos quer emocionais. A célebre frase dita por alguém a um pianista de “excelência” após a sua atuação: “Eu dava a vida para tocar como o senhor” ao que ele respondeu: “Eu dei,” é bem o exemplo disso. 

A prática intensiva de qualquer “atividade” é fundamental para o sucesso da mesma. Mas esta pode também levantar alguns problemas éticos! Quantas crianças estão a ser neste momento “formatadas”, “treinadas abusivamente” para no futuro serem as melhores do mundo? Será esta forma de “excelência obrigatória,” saudável? Quantos “campeões” o foram usando substâncias alternativas para maior resistência física e insensibilidade à dor? Quantos passaram a vergonha e humilhação de serem desclassificados? Quantos “milhões” de euros legais ou não estarão envolvidos para a “produção” de excelentes profissionais que provavelmente não o queriam ser? 

Assim sendo, não basta apenas o treino para “produzir” Seres humanos de “excelência”. É pois necessária autonomia, ou seja, liberdade de escolha, vocação e paixão. É sentir que está a “viver” o seu sonho. É o desafiar-se todos os dias e ir hoje mais longe que ontem! 

Claro que já fomos um pouco mais longe nesta reflexão sobre excelência…. Mas ainda não chega. A evidência disso é constatar o desequilíbrio emocional em tantos desportistas de topo, seja a nível individual, como no ténis ou por equipas como no futebol. Quanta violência verbal? Quanta violência física? Desconhecem eles que esta raiva direcionada erradamente os afasta do “foco” de serem ainda mais excelentes? 

Somos Seres psicobiosocioespirituais. A “excelência” jamais pode estar afeta apenas a uma “dimensão” da nossa Vida! Não há excelência com violência mental, verbal ou física! Não há excelência sem paz interna! Não há excelência sem pacificar o passado com o presente e o futuro! Não há excelência sem a perceção, mesmo que subjetiva, de Felicidade.  

Assim caro leitor “Exceda-se” continuamente em tudo aquilo que o faz avançar, supere-se, desafie-se, sempre num processo de “melhoria contínua.” Seja Excelente não por cópia, mas por autenticidade, paixão, por estar a “viver” a sua “missão”. Que perante a pergunta: Se não existisses que faltas fazias? A resposta jamais seja um unânime “nenhuma”. 

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