JOSÉ CASTRO
Num mundo com quase 8 biliões de pessoas ficaria extremamente complexo se as trocas comerciais se baseassem nas trocas de mercadorias. A criação de uma moeda metálica, com valor padronizado, no séc. VII AC, pelos gregos foi uma revolução. Claro que antes, inúmeros objetos “simulavam” o mesmo efeito, como conchas, sal, ouro, etc. Medir a riqueza no passado, dependendo do país, poderia ser feito em quantias de chocolate, bacalhau ou até no número de escravos que se possuía.
Hoje, graças ao desenvolvimento da ciência e da informática, as transações são efetuadas em segundos de forma totalmente invisível, para não falar de moedas totalmente digitais, as criptomoedas, tais como Bitcoin, Cardano, Ether, …
A realidade é que o ser humano necessita de um mínimo de riqueza, que varia com os “custos de vida” desse país, para poder usufruir de uma vida digna. Mas não é isso que infelizmente acontece. Em 2019, 2153 bilionários conseguiam uma riqueza acumulada equivalente à conseguida por 4,6 biliões de pessoas! Claro que a solução não passa por uma distribuição equitativa da “pobreza” nem pelas assimetrias cada vez mais “alarmantes” a que assistimos, agudizadas em tempos de pandemia! A solução passará sempre pelo nível de ética de cada um!
A busca do poder e a ganância, quando em excesso, levam à (alegadamente) utilização de todas as artimanhas legais e financeiras possíveis para satisfazer essa insaciedade de riqueza e poder! Infelizmente, no nosso país temos assistido as várias situações que causam “repulsa” a qualquer cidadão. Temo-los visto nas Comissões Parlamentares, (que mesmo não tendo poder judicial podem ser úteis para possíveis investigações), a “gozar” com as questões elaboradas pelos deputados e a utilizarem-se da “Alzheimer” para contornarem a situação.
Convém salientar que o dinheiro dito do Estado, não é criado pelo Estado, mas sim retirado (direta ou indiretamente) a todo o trabalhador honesto de Portugal. Lesar o Estado em inúmeros milhões de euros, implica lesar cada um de nós. E isso é grave!
Temos que ser eficientes na gestão do dinheiro de “todos nós.” Não chega apenas não o perder, mas também não o esbanjar em festividades excessivas, derrapagens de milhões, etc. Os efeitos da pandemia a nível económico vão continuar! Estamos à espera da “bazuca” ou “vitamina” da UE, para resolver tudo? Se o saco estiver (muito) furado pouco interessa quanto entra para ele! Apanhar os “ratos” que furam o saco não chega, é necessário, isso sim, que devolvam aquilo que (alegadamente) foi desviado. Com o saco tapado pode ser que as coisas se resolvam e o dinheiro seja aplicado de forma ética e justa nas áreas mais “sensíveis” do nosso país, já sinalizadas.