Antonieta Dias
Os avanços tecnológicos associados às técnicas médicas, têm contribuído para que os cuidados prestados aos pacientes se tornem cada vez mais diferenciados, com melhor qualidade e com maior sucesso.
Saber cuidar é uma virtude que associa ciência, arte e humanidade.
Têm sido incansáveis as metodologias e os propósitos de todos os profissionais da saúde.
O êxito alcançado tem por base a dedicação, o amor ao próximo, o respeito pelo ser humano e a manutenção do conceito de dignidade.
Infelizmente nem sempre conseguimos curar, apesar de termos feito um investimento exemplar no bem cuidar, pois há doenças que não se conseguem controlar e acabam por conduzir inevitavelmente à morte.
Nestes casos temos que refletir sobre o sofrimento da vivência da morte e dos cuidados de saúde que temos que prestar no fim de vida.
Nestes casos temos que refletir sobre o sofrimento da vivência da morte e dos cuidados de saúde que temos que prestar no fim de vida.
Na verdade nem sempre conseguimos gerar maior conforto ao paciente num ambiente de internamento hospitalar quando a sua situação está próxima do fim de vida.
A separação da família, o isolamento do doente, a privação do carinho e do afeto que o meio intra-familiar proporciona pode nalguns casos ser responsável pela angústia vivenciada por este grupo de doentes.
Por sua vez a Família, fica desorientada porque não está preparada para este infeliz acontecimento e acaba por ter dificuldade em decidir sobre a melhor opção para o seu familiar.
Por sua vez a Família, fica desorientada porque não está preparada para este infeliz acontecimento e acaba por ter dificuldade em decidir sobre a melhor opção para o seu familiar.
Nem todos os profissionais de saúde estão preparados para fazerem o aconselhamento e sobretudo para transmitirem com convicção e segurança uma mensagem esclarecida, que permita ao doente e à sua Família adquirir confiança e assertividade para acolher a opção mais adequada aos cuidados de fim de vida.
Uma boa parte dos doentes morre em Hospitais isolados, após terem sido submetidos a enormes procedimentos terapêuticos, na tentativa do prolongamento da vida
Mas falta-lhes o acolhimento e o conforto dos seus familiares.
Esta situação apesar de já ser desoladora, ficou agravada com as adaptações e restrições decorrentes da Pandemia que estamos a viver e que obrigou a alterar os procedimentos e as regras para a permissão das visitas (amigos e dos familiares ) aos pacientes.
Seguindo o juramento hipocrático “Primum non nocere”, podemos concluir que existem duas premissas: a primeira é não causar dano e, a segunda, maximizar possíveis benefícios e minimizar possíveis danos.
Esta complexidade do bem cuidar, exige senso, humanidade e capacidade de decisão, para poder orientar o doente e a Família sobre a melhor opção a tomar.
Em suma, cuidar é conhecer, saber, aplicar com engenho e a arte toda a ciência e humanidade na prestação dos cuidados globais de saúde.