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Saúde e Vida

ABUSO DE ÁLCOOL VS DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA – DESCUBRA AS DIFERENÇAS

Isabel Pinto da Costa

Não podemos confundir abuso do álcool com dependência alcoólica. O abuso do álcool é definido pela existência de um padrão patológico de consumo de álcool, por algum nível de insuficiência no funcionamento social, familiar, profissional, pessoal, desde há pelo menos um mês na vida daquela pessoa, sem dependência, e de síndrome de abstinência. O Síndrome de dependência Alcoólica (S.D.A.) pressupõe um período antecedente mais ou menos longo de abuso de álcool sem estabelecimento de dependência.

Não é por abusarmos algumas vezes de álcool que vamos ficar com a síndrome de dependência Alcoólica, mas pode existir um pior prognóstico, ou melhor, uma propensão para isso quando esses abusos ocorrem na adolescência.

Existindo abuso do álcool não significa que tem que existir logo uma intervenção psiquiátrica, mas devemos pedir ajuda no seguinte local:

Junto do nosso clínico geral no nosso centro de saúde.

Nesta primeira abordagem o clínico geral irá logo identificar:

1- Os falsos conceitos sobre o álcool;
2- Avaliar a quantidade de álcool puro que aquela pessoa ingere por dia;
3– Estudar os seus padrões de consumo e, se for caso disso, sugerir tratamento em ambulatóriocom intervenção farmacológica. Sendo assim,é importante o apoio psicológico para motivar a pessoa para a realização do tratamento, quando o clínico avaliar que o consumo já é excessivo e já está a interferir com as diferentes áreas de vida daquela pessoa.
Na minha consulta tem vindo a verificar-se um crescente aumento do número de doentes com consumos exageradosde álcool nas faixas etárias entre os 30 e 45 anos. Existe assim uma crescente taxa de alcoolização geral da população, logo os problemas ligados ao álcool são, cada vez mais, um problema de saúde pública, pois Portugal é um país fundamentalmente vitivinícola, vindo a manter-se ao longo de décadas nos primeiros lugares mundiais de produção de vinho. Consequentemente, logo começa a existir uma cultura de alcoolismo no seio familiar, no seio dos jovens e atualmente no seio dos convívios femininos.

Quando é que podemos beber sem ser perigoso?

Sem qualquer patologia, a Organização Mundial de Saúde(OMS) defende dois a três copos de vinho diários para os homens e um a dois para as mulheres.

Raramente, o doente alcoólico vai à consulta com o médico de família verdadeiramente sensibilizado para iniciar um tratamento, logo o psicólogo clínico tem um papel fundamental para trabalhar a motivação para o seu início. Temos assim que considerar o álcool como algo a respeitar, pois a sociedade vê o mesmo como uma droga socialmente aceite, mas se não ingerido em quantidades cuidadosamente limitadas, muitos órgãos vitais serão postos em perigo.

Como profissional de saúde mental alerto para o consumo consciente de álcool, porque o uso excessivo pode traduzir-se numa desestruturação de todas as áreas de vida pessoa.

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