Maria João Covas
Quando se fala em Feira do Livro eu penso em Lisboa ou Sesimbra.
Em Sesimbra havia (parou com a pandemia, mas espero que regresse) uma Feira do livro onde, para além do negócio (que todas são, vamos deixar de ser ingénuos), criava momentos e atividades de ligação com os autores, ilustradores, onde o próprio público, os leitores poderiam participar de forma bastante ativa. Foi nessa Feira que conheci a Sandra Carvalho, o Sérgio Luís de Carvalho, o Domingos Amaral, o João Tordo, entre outros. O facto da feira ser, relativamente pequena, aproximava quem lá ia.
Mas a Feira da minha infância, aquela que me tem visto crescer, é a Feira do Livro de Lisboa. Até há uns anos atrás era o local onde ia comprar livros mais baratos e pedir autógrafos a um ou outro escritor da minha preferência. Era a minha romaria anual.
Hoje, para mim, e desde que comecei o blog, e ainda mais agora com o canal, a Feira do Livro de Lisboa é um local onde, obviamente, continuo a comprar livros, a pedir autógrafos, mas passou a ser também um local de encontros e reencontros.
A proximidade que me é permitida ter, e agradeço todos os dias, com os autores que me pedem para ler os seus livros e, não conhecia pessoalmente, as atividades que as editoras me convidam para participar, (o Sprint de Leitura na Feira este ano será um momento que não esquecerei e do qual não me canso de agradecer, quer à editora, quer às meninas e meninos que me acompanharam e, principalmente, a quem, numa terça-feira, depois do trabalho, se deslocou ao Parque Eduardo VII apenas para ler connosco) ou o conhecer quem está por detrás do comentário no canal “Livros? Gosto!” ou mesmo conhecer outras bloggers, youtubers ou instagramers fazem deste momento uma festa, uma partilha inigualável.
A Feira do Livro de Lisboa é pois mais do que a compra e venda de livros. É o momento em que editores, autores e leitores podem conversar, trocar ideias e perceber que todos juntos, e apenas todos juntos, podemos fazer com que a Literatura venha a ter neste país o papel cultural e a dignidade criativa que merece.
Este ano, (e para mim é um dos aspetos positivos desta malvada pandemia) e com a dificuldade de ter autores estrangeiros, fiquei feliz de ver as filas para os autógrafos de autores nacionais. O público, nós que compramos livros, estamos, finalmente, a descobrir, e a reconhecer a qualidade de quem escreve na nossa língua materna. E isso é bonito de testemunhar.
A Feira do Livro ainda tem mais uma semana à sua frente, mas estou certa que daqui a 8 dias iremos dizer: “Foi bonita a festa, pá”.