Augusta Barbedo
Sempre que Novembro faz a sua apresentação de chegada, de nós carrega em si um naco de mistério e de saudade!…
Por natureza assume que é nostálgico e cinzento, e só por isso já convida à reflexão e interrogação de cada destino legado ao nascer!
À nostalgia e ao cinzento faz coro a dor da saudade! Saudade de tantas vidas que fizeram a viagem sem regresso…
Tantos são aqueles que deixaram sonhos desfeitos, projectos inacabados, vidas separadas e tanta coisa por dizer… porque Novembro nos arrebatou!…
E jamais será fácil aceitar a transformação que opera e obriga ao total desprendimento de tudo o que envolve a ninfa em cada casulo!
É sabido que a saudade salpica cada rosto de lágrimas e por isso choramos a dor!…
Logo no seu primeiro dia, Novembro convida a meditar no transcendente: Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
Neste dia, somos peregrinos que rumam ao prado repousante existente em cada lugar, em cada aldeia, em cada vila e em cada cidade, para assinalar aquela “estrelinha” que, no firmamento cinzento de Novembro, brilha com mais luz!
Não está na nossa posse mandar falar o silêncio…
Apenas sabemos que estamos sentenciados ao toque final da alvorada de um dia de Novembro, porque tudo o vento levou.