Tendo em conta o cenário atual, também não me parece que 2022 seja o ano em que isso aconteça. Talvez nem haja esse regresso, teremos apenas que nos adaptar à nova realidade e aos poucos ir resgatando hábitos antigos com novas formas de agir.
Eu quero a liberdade dos afetos de volta. Quero também poder juntar todos os que amo no mesmo espaço. E quero bastante poder circular, ir a lugares onde nunca estive, descobrir, sem ter medo de voltar e ter que estar condicionada em casa, ou pior, afetar a saúde dos que me estão mais próximos.
Pela segunda vez, o Natal não será a mesa farta de pessoas. Poderá não faltar a comida mas quanto à família será novamente mais escassa. Espero que a escassez não afete o amor pelos que não estão presentes fisicamente. Que não afete o brilho no olhar que o presente dado com carinho nos provoca. Que não afete a nossa criança interior que se recusa em deixar de acreditar na magia do Natal. E que não afete a esperança que um dia voltaremos a rir, todos juntos, no aconchego próprio da noite de consoada.