Cultura, Literatura e Filosofia

AFINAL, QUEM NUNCA?

Maria João Covas

Há muito tempo que não andava por aqui. A vida a acontecer e nem sempre como nós queremos ou gostaríamos. Mas acontece. E voltei.

Para manter a coerência deveria recomeçar estas minhas opiniões com um livro de um autor nacional, mas vou fazer diferente este ano. Assim sendo, hoje vou falar de um livro de um autor nórdico, Fredrik Backman, e o seu mais recente livro “Gente Ansiosa”. Este é um autor de que gosto muito, e que, assim que sai um livro seu, eu quero muito ler. E este não foi a exceção. Gostei muito deste livro.

Este é uma obra em que está patente o humor de Backman. O pretexto é um assalto a um banco que não tem dinheiro, na antevéspera do Ano Novo. O ladrão acaba, para fugir à polícia, por entrar numa casa aberta (visita a um andar que está para venda) e fica com um conjunto de pessoas, reféns, que estavam a visitar a casa. Assim, se constrói uma história em que os policias são um pouco complicados e não se entendem, os reféns são os mais idiotas do mundo (diz o livro, não eu) e o ladrão tem pouca experiência.

O autor quer mesmo é falar sobre pessoas. Pessoas diferentes, com comportamentos distintos e por vezes estranhos, onde acabamos por nos rever e identificar. Afinal, quem nunca teve uma atitude bizarra e aparentemente louca?

A todos estes ingredientes, se é que fossem precisos mais, juntamos o facto de muitas destas pessoas serem mais do que demonstram, ou, serem mesmo outra coisa. É um livro maior sobre a psicologia humana e coletiva, que se lê de forma compulsiva.

Espero mesmo que leiam e se divirtam. Permitam-me ainda que vos diga que, depois de ler o livro, fui tentar ver a série que está na Netflix. E não gostei nada, a ponto de ter deixado a meio a mesma. Mas isso sou eu.

De qualquer forma, com serie ou sem série, não deixem de ler o livro, porque em algum momento todos nós deixámos de ser o que aparentamos ser. Afinal, quem nunca?

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