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Cidadania e Sociedade

INFEÇÃO PELO VÍRUS MONKEYPOX, A VARÍOLA DOS MACACOS

Antonieta Dias

Esta doença é uma zoonose viral, uma doença infeciosa que passa de animais para humanos.

A varíola do macaco, tal como a varíola, pertence ao grupo dos ortopoxvirus.

A varíola do macaco, é uma doença rara, causado pelo vírus da varíola símia, que está estruturalmente relacionado com o vírus da varíola.

Os reservatórios dos vírus são desconhecidos, mas sabe-se que primatas não humanos não são reservatórios do vírus.

Os principais candidatos são os pequenos roedores (esquilos), que habitam principalmente na Africa Ocidental e Central.

A maioria dos casos notificados ocorreu na República Democrática do Congo.

O surto da doença varíola dos macacos foi confirmado em maio de 2022.

Nos EUA, em 2003, surgiu uma epidemia da varíola do macaco, devida à importação de Africa de animais de estimação que disseminaram o vírus para cães de estimação, que posteriormente infetaram as pessoas.

Em África a taxa de casos fatais varia de 4% a 22%.

Pensa-se que este aumento recente da incidência seja decorrente da interrupção da vacina contra a varíola.

A varíola símia é provavelmente transmitida de animais através das secreções fisiológicas como gotículas de saliva ou respiratória ou contato com exsudato das feridas.

Pensa-se que a transmissão de um individuo para outro ocorre principalmente por meio de grande quantidade de gotículas respiratórias via contato direto e pessoal prolongado.

A doença é semelhante à varíola, mas manifesta-se de forma mais grave.

As lesões cutâneas ocorrem mais frequentemente em surtos e a linfadenopatia surge na varíola símia, mas não ocorre na varíola humana.

Por vezes pode ocorrer infeção bacteriana secundária da pele e dos pulmões.

Nem sempre é fácil fazer o diagnóstico diferencial entre a varíola do macaco, a varíola e a varicela.

O diagnóstico da varíola símia e feito por cultura, PCR (polimerase chainreaction).

Também pode ser feito através do exame imuno – histoquímico, ou por microscopia eletrónica.

Os sintomas manifestam-se por febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos aumentados, calafrios, exaustão e erupção cutânea.

A erupção cutânea surge na pele ou mucosas, numa determinada região corporal ou podem focalizar-se mais na face, na boca, membros superiores, membros inferiores ou região ano-genital.

O período de incubação é de 6 a 16 dias, mas pode ser alargado ate aos 21 dias.

O primeiro caso foi confirmado em 6 de maio de 2022, num individuo com ligações de viagem à Nigéria (onde a doença é endémica)

Em 23 de julho a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou o surto uma Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa já afirmou que prevê um aumento do número de mortes ligadas à varíola, após o anúncio das primeiras mortes fora de África. A organização sublinhou, no entanto, que as complicações graves mantêm- se raras.

Estima-se que o número de mortes de varíola do macaco registadas desde maio, é de oito, com os primeiros casos a serem registados em África, onde a doença é endémica e foi detetada pela primeira vez em humanos em 1970.

Segundo  declarou num comunicado de imprensa uma das responsáveis do serviço de emergência da Organização Mundial se Saúde (OMS) para a Europa Catherine Smallwood.

“O objetivo deve ser o de “interromper rapidamente a transmissão do vírus na Europa e colocar um fim a esta epidemia”, defende Catherine Smalwood que, salienta, no entanto, que a doença, na maioria dos casos, cura-se por si só, sem necessidade de tratamento.

“A notificação de mortes relacionadas com a varíola não altera a nossa avaliação da epidemia na Europa. Sabemos que, mesmo resolvida espontaneamente na maioria dos casos, a varíola pode levar a complicações graves”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou, em 24 de julho, o nível mais alto de alerta, a emergência de saúde pública de interesse internacional, para reforçar a luta contra a varíola, também chamada de varíola dos macacos.

Segundo a mesma organização (OMS), mais de 18.000 casos foram detetados em todo o mundo, fora de África, desde o início de maio, sendo a maioria deles na Europa.

De acordo com a mesma fonte, o número de vacinas disponíveis  nesta data não dá para ministrar a todas as pessoas pelo que se recomenda que seja ministrada aos casos prioritários como os que correm maior risco, designadamente os doentes infetados, e aos seus cuidadores.

O tratamento da varíola símia é de suporte.

Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), a vacina deve ser ministrada nos primeiros quatro dias após o último contato próximo, podendo este período ir até 14 dias, se a pessoa se mantiver assintomática.

Segundo a mesma fonte o preservativo previne a transmissão do HIV e outras infeções sexualmente transmitidas, mas não oferece proteção eficaz para o vírus Monkeypox, adiantando que os casos notificados no surto atual na sua maioria foram identificados em homens homossexuais, não excluído que a transmissão também tenha sido identificada noutras pessoas.

Segundo a Autoridade de Saúde de Portugal “eventos públicos, privados e viagens facilitaram a transmissão de infeções.

Segundo a Agência Lusa Portugal recebeu 2.700 doses de vacina, sendo necessária uma identificação célere dos infetados para ministrar a vacina o mais precocemente possível.

As recomendações gerais de higiene (higienização das mãos, uso de máscara e luvas, lavagem da roupa a 60 graus centígrados), são essenciais.

O fármaco antiviral tecovirimat (aprovado pela US Food na Drug Administation (FDA) e o fármaco antiviral cidofovir ou brincidofovir CMX001) podem ser úteis no tratamento, mas não existe evidencia cientifica, porque ainda não foram estudados no tratamento da doença dos macacos.

A vacina nesta altura fica reservada apenas para os doentes infetados e para os cuidadores.

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