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NOVA GREVE DOS MÉDICOS PARA OUTUBRO


A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou esta terça-feira uma nova greve para os dias 17 e 18 de outubro. A decisão foi comunicada aos jornalistas após mais uma ronda negocial esta terça-feira no Ministério da Saúde.

Em declarações aos jornalistas no final da ronda negocial com o executivo, Joana Bordalo e Sá, da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusou o Governo de querer “legislar unilateralmente” sem a concordância dos sindicatos, pelo que foi decidido decretar greve para os dias 17 e 18 de outubro.

A Fnam já tinha previsto dois dias de greve para os dias 14 e 15 de novembro. 
“A Federação Nacional dos Médicos, ao longo destes 16 meses, fez o seu trabalho. Entregou oito propostas e contrapropostas que não foram tidas nem achadas, nem incorporadas nesta legislação”, criticou a responsável.

Assim, Joana Bordalo e Sá afirmou ainda que será “da inteira responsabilidade do Governo tudo o que se vai passar daqui em diante no Serviço Nacional de Saúde”.

Acusou o Governo de impor “condições de trabalho absolutamente desumanas” nos cuidados de saúde primários mas também a nível hospitalar e para os médicos de saúde pública.

“A FNAM exige um ministro que perceba de saúde”, afirmou ainda Joana Bordalo e Sá, numa crítica a Manuel Pizarro. Em comunicado, a FNAM recorre a imagens de arquivo da RTP para atribuir esta frase ao próprio ministro, quando, em 1992, protestava como médico contra as políticas de Arlindo de Carvalho, o então responsável pela pasta da Saúde.

Também Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, criticou o executivo por desvalorizar o Serviço Nacional de Saúde, que chegou a considerar como “joia da coroa” no programa de Governo.

O responsável assinalou ainda que cada vez mais portugueses têm “necessidade de acesso a seguros de saúde” e que há “dificuldades cada vez maiores de composição das equipas de urgência”, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo na área de obstetrícia.

“Esperamos que haja alguma capacidade do Governo perceber (…) que não é possível fixar um médico especialista que trabalha 40 horas, 18 das quais de urgência, com 1.800 euros líquidos”, afirmou.

Jorge Roque da Cunha espera, no entanto, que as ações de protesto e a “evidência” das dificuldades possam levar a uma mudança por parte do Governo. Da parte dos médicos, afirma, tem existido “flexibilidade total”, nomeadamente na transição de uma redução das 18 horas de urgência para 12 horas obrigatórias. 

“Há falta de investimento nos salários nos salários dos médicos, nos equipamentos do Serviço Nacional de Saúde, na capacidade de criar condições de trabalho para os médicos”, criticou.

por Andreia Martins – RTP

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